Bairros precários: Estado está “hiperausente” nos direitos, mas “hiperpresente” no controlo e repressão

A antropóloga Ana Rita Alves, doutoranda no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, fala da relação entre precariedade habitacional, saúde e racismo durante a pandemia. E afirma: “Há um imaginário racista que desumaniza e impede que se olhe para as pessoas racializadas como iguais, como vidas choráveis.”

Foto
Rui Gaudêncio

Na semana passada, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) fez com que as atenções se centrassem na precariedade habitacional. Disse que havia focos de infecção localizados em bairros como o Jamaica, no Seixal; referiu-se ao aumento de casos na Grande Lisboa. Há uma semana as autoridades foram fechar oito cafés e bares com uma presença musculada da polícia, o que gerou críticas. A polémica estalou quando o presidente da autarquia da Azambuja sugeriu um cordão sanitário à volta de um prédio habitado por pessoas ciganas e disse que, no bairro da Mina, construído ao abrigo do Plano Especial de Realojamento (PER), viviam “famílias de etnia cigana” e outras “famílias normais como nós”.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção