Cartas ao director

Designação de consultor

Tem havido uma enorme especulação (para não falar em histeria) sobre a designação de um não político para elaboração de um plano estratégico de recuperação económica. Não posso concordar com essas críticas pois a missão é eminentemente técnica e a decisão final é da exclusiva responsabilidade dos órgãos de soberania competentes. Recordo o caso da França no final da II Guerra: o Governo da República Francesa nomeou um técnico experiente (o Sr. Jean Monnet) para elaborar um plano e coordenar uma equipa de colaboradores seus para essa tarefa, tendo cabido ao Governo e ao Parlamento a aprovação final do que viria a ser o 1.º Plano da França. Agora, em Portugal, passa-se algo de parecido. Gostaria que esta iniciativa do Governo português representasse o regresso ao planeamento democrático – que nada tem a ver com os famigerados planos quinquenais – para o desenvolvimento económico e social...

Manuel Guedes-Vieira, Lisboa

Turismo na pandemia

Confesso que fiquei surpreendido, com o dirigente do PAN, André Silva, ao defender que deve ser exigido um comprovativo de teste de diagnóstico da covid-19, negativo a quem entrar em Portugal de avião. Tendo considerado ainda que a medição da temperatura é uma medida insuficiente. Pergunto-me, e quem chegar ao nosso país sem ser de avião? Nem no próximo ano, e se calhar, no seguinte, o nosso turismo, voltará a atingir altas receitas. A nossa indústria hoteleira está de rastos, já começaram os despedimentos e o Algarve, este ano, nem com portugueses ficará completamente cheio. É muito fácil ser deputado e exigir normas sem perceber nada de Turismo.

Tomaz Albuquerque, Lisboa 

El Corte Inglês vs Prédio Coutinho

Esperemos não estar a assistir a mais uma trágico-comédia, como a que vem a acontecer em Viana do Castelo desde 1974 com o Prédio Coutinho, novela que pelo “andar dos tempos” não terá fim. Já se perdeu, e em excesso, tempo, paciência e dinheiro com um edifício que mais vale continuar como está, sem mais fazer e muito menos falar. Quanto ao “putativo” El Corte Inglês no Porto, na Rotunda da Boavista, é exactamente o inverso – mas com idênticas consequências. Nunca devia ter sido recusado desde a primeira hora para ir aparecer em Vila Nova de Gaia, e agora, espera-se que a cada dia, não surja “mais um pretexto” para não “ser edificado” na Rotunda da Boavista. Se não fosse a Casa da Música, a Praça Mouzinho de Albuquerque, hoje, ainda estaria mais deserta do que está e seria única e exclusivamente uma passagem automobilística entre a parte Ocidental do Porto, a Baixa e a parte Oriental.

Mas a Casa da Música sendo necessária não é suficiente, e assim a Rotunda da Boavista continua um “deserto”, atravessado por grande quantidade diária de automóveis. De resto, nada a faz viva. O terreno deixado ao abandono que está assim há décadas, junto da Casa da Música, deve dar espaço e o mais rapidamente ao El Corte Inglês. E quem isto escreve até nem é frequentador do referido espaço comercial – empurrado para Gaia -, e não pensa vir a ser caso o mesmo, de uma vez por todas, ocupe o espaço que está vago no Porto.

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

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