Marcelo e Rio almoçaram a sós em Lisboa

Presidente da República felicitou o líder do PSD pela apresentação do programa de recuperação económica e salientou a importância de debater o documento.

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O almoço entre Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio aconteceu por iniciativa do Presidente da República LUSA/MIGUEL A. LOPES

O chefe de Estado e o presidente do PSD almoçaram nesta sexta-feira, a sós, num restaurante em frente ao Tejo, em Lisboa, por iniciativa de Marcelo Rebelo de Sousa, para falar da situação política, económica e social. O encontro aconteceu no dia em que Rui Rio, em entrevista à TSF, assumiu como provável o apoio a uma recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa a Presidente da República

“O senhor Presidente teve a iniciativa de me convidar para almoçar e aqui estou, com todo o gosto”, disse Rui Rio à agência Lusa, no local.

Por sua vez, o Presidente da República realçou que o seu anterior almoço com Rui Rio, há duas semanas, em Ovar, no distrito de Aveiro, “foi colectivo, foi colegial”.

“Neste estamos só os dois, portanto, estamos mais à vontade para falar. Da outra vez, falámos de muitas coisas muito interessantes, mas não deu para falar de tudo”, justificou Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionado sobre os temas na agenda deste encontro, o chefe de Estado respondeu: “Vamos falar de pandemia, vamos falar de situação económica e social do país, do curtíssimo prazo, curto prazo, médio prazo”.

Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que “a legislatura ainda começou há pouco tempo, com a pandemia perdeu-se a noção disso, mas ainda não passou um ano de legislatura”.

“E depois vamos falar da Europa, que é fundamental, vamos falar do mundo. Enfim, de tudo aquilo que fizer sentido falar, da situação política, económica, social, portuguesa e internacional”, acrescentou.

Na mesma ocasião, o Presidente da República felicitou o PSD por apresentar um programa de recuperação económica de médio prazo e afirmou esperar que Governo e partidos percebam a sua importância e o debatam. “Aproveito, aliás, esta ocasião para felicitar o líder da oposição e o PSD pelo plano que apresentou para o país, porque, num momento em que nós ainda estamos a discutir um plano de estabilização até ao fim do ano, o PSD avançou com um plano a médio prazo”, declarou.

Com Rui Rio ao seu lado, o chefe de Estado defendeu que Governo e partidos “ganhavam em perceber a importância desta proposta e em debatê-la, porque o orçamento suplementar está decidido daqui a duas ou três semanas, mas os problemas do país vão muito para além disso”.

“E no fim do Verão já estamos a discutir o Orçamento [do Estado] para 2021 e para 2022 e a começar a pensar nesse futuro a médio prazo. Logo, há aqui uma base de debate para o futuro”, sustentou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o programa de recuperação económica apresentado pelo PSD na quarta-feira constitui “uma perspectiva nova” neste período de pandemia de covid-19, em que se tem estado “em cima da hora a resolver os problemas do momento”.

“A primeira proposta de médio prazo que aparece é a do PSD”, considerou, referindo que o seu alcance vai “para além do Orçamento [do Estado] para 2021 e para 2022, com uma política económica e financeira global a pensar no futuro a prazo de Portugal, e muito aberta”. “Foi elaborada num esforço colectivo, e com uma participação muito ampla. É aberta porque está aberta ao diálogo, não é para ser um projecto fechado. O que o PSD propõe para o país é um projecto aberto para discutir com os outros partidos, quer com o partido do Governo, quer os outros partidos com assento parlamentar”, salientou.

Questionados sobre o Programa de Estabilização Económica e Social aprovado em Conselho de Ministros e apresentado na quinta-feira, nem o presidente do PSD nem o Presidente da República quiseram comentar o seu conteúdo.

Rui Rio alegou não ter tido ainda “oportunidade de o ver com o detalhe necessário para poder falar”.

O Presidente da República fez saber que o Governo lhe apresentou “umas linhas gerais na véspera da aprovação no Conselho de Ministros”, mas disse que “seria prematuro” estar a comentar “uma realidade que acabou de ser apresentada e que supõe muitas iniciativas legislativas de aplicação”.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou apenas que se trata de “um quadro de urgência, de curtíssimo prazo” e que implicará “uma série de iniciativas que passarão pelo Parlamento e depois irão às mãos do Presidente”.

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