ETAR de Alcântara e de Beirolas vão ter centrais de energia fotovoltaica

O concurso já foi lançado, com o início das obras previsto para Setembro deste ano e a entrada em funcionamento para meados de 2021. O investimento é de cerca de 1,5 milhões de euros.

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Reuters/BING GUAN

Como “primeiro passo no sentido de caminhar para a neutralidade energética num conjunto significativo de instalações” através do “aproveitamento de energias renováveis”, a empresa Águas do Tejo Atlântico vai instalar duas centrais solares fotovoltaicas nas imediações das suas Fábricas de Água (ou ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Alcântara e de Beirolas, ambas em Lisboa. O concurso público internacional para a empreitada foi agora lançado, com o início das obras previsto para Setembro deste ano e a entrada em funcionamento em meados de 2021. Segundo a empresa, a instalação tornou-se possível através da criação de uma parceria entre a Tejo Atlântico e a Câmara de Lisboa, fruto também da distinção de Lisboa como Capital Verde Europeia 2020. O investimento global é estimado em aproximadamente 1,5 milhões de euros.

Na fábrica de água de Alcântara, a central solar de energia fotovoltaica ocupará uma área de cerca de 14.000m2 e terá capacidade de produzir 990kWac. Esta fábrica situada na avenida de Ceuta trata as águas residuais produzidas por cerca de 750 mil habitantes dos municípios de Amadora, Lisboa e Oeiras. A ETAR de Alcântara é uma das maiores instalações de tratamento de águas residuais da Águas do Tejo Atlântico e do país.

Por seu turno, na ETAR de Beirolas a instalação da central terá uma área de 4000m2 e capacidade para produzir cerca de 240kWac. Esta fábrica serve cerca de 214 mil habitantes (habitantes equivalentes) da cidade de Lisboa e também do município de Loures.

Alinhada com as intenções da Lisboa Capital Verde 2020, a instalação e o uso das duas centrais fotovoltaicas, a criar a partir de Setembro deste ano, têm como grande meta a “descarbonização da economia”. Desta forma, a Águas do Tejo Atlântico vê o “aproveitamento de energias renováveis” como um “primeiro passo no sentido de se caminhar para a neutralidade energética num conjunto significativo de instalações, reduzindo as emissões de CO2”.

A empresa considera que a grande dependência energética da sociedade é uma realidade e que “não é excepção no sector da água e saneamento”. Por isso, “tornar as cidades e comunidades mais verdes e mais amigas do ambiente” tornou-se também uma preocupação da empresa. Assim, a instalação das duas centrais solares de energia fotovoltaica é, de acordo com a Águas do Tejo Atlântico, o fruto de iniciativas estimuladas pela empresa de “investigação e adopção de soluções para mitigação do uso de combustíveis fósseis”.

A Águas do Tejo Atlântico do Grupo Águas de Portugal é a empresa responsável pela gestão e exploração do sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais da Grande Lisboa e Oeste. A empresa gere 104 fábricas de água (ETAR) e tem como objectivo a recolha, o tratamento e a rejeição de efluentes domésticos e urbanos, de forma regular, provenientes de cerca de 2,4 milhões de habitantes. Entre os municípios abrangidos estão Alcobaça, Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Cascais, Lisboa, Loures, Lourinhã, Mafra, Nazaré, Óbidos, Odivelas, Oeiras, Peniche, Rio Maior, Sintra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.

Texto editado por Ana Fernandes

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