A dor e o optimismo nos blues de Ambrose Akinmusire

Ao quinto álbum, o extraordinário trompetista continua a criar a banda sonora para a vida de um afro-americano nos EUA de hoje.

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Hoje todos temos o nome de George Floyd a ecoar-nos na cabeça. E a sua voz a repetir a mesma frase aflitiva — “I can’t breathe” — que ouvimos há seis anos da boca de Eric Garner, com o mesmo trágico desfecho (resta saber se o desfecho judicial também resultará numa ausência de acusação pelo Ministério Público). São nomes que aprendemos porque fomos também testemunhas das suas mortes. São nomes entre tantos outros que têm perdido a vida às mãos da polícia norte-americana, em gestos que só podem ser considerados homicídios. Na cabeça de Ambrose Akinmusire, um dos mais notáveis músicos de jazz a despontar nos EUA nas últimas duas décadas, há um outro nome que está sempre presente: Oscar Grant. Grant tinha 22 anos quando foi baleado pela polícia de Oakland, Califórnia, na estação de comboios de Fruitvale, em 2009. E foi um dos primeiros casos em que a filmagem com telemóveis documentou a arbitrariedade e gratuitidade de uma violência policial com contornos racistas.

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