Militares “ofereceram” mais de 6100 camas, fizeram 151 mil litros de gel e 1140 acções de formação em escolas

Ministério da Defesa divulgou números do seu contributo no combate à covid-19.

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Militares têm estado presentes no combate à covid-19 PAULO PIMENTA

As Forças Armadas mantêm no terreno grande parte do seu dispositivo para ajudar no combate à pandemia de covid-19, com mais de 6100 camas, e já produziram 151 mil litros de álcool gel, informou o Governo. Estiveram ainda envolvidas 1140 acções de formação e sensibilização em escolas e estão a actuar em prisões e em portos de pesca.

Numa altura em que o país está na sua terceira fase de desconfinamento e vive em situação de calamidade, após semanas de estado de emergência, a “equipa de planeamento para apoio ao funcionamento” do hospital de campanha do Estádio Universitário de Lisboa, com três militares do Instituto Universitário Militar, “mantém-se em funções”, afirmou o Ministério da Defesa Nacional em resposta a perguntas da Lusa.

Os militares apenas retiraram as camas cedidas a este hospital, mas continuam disponíveis se forem necessárias, ainda segundo a informação dada pelo ministério. Todo o material disponibilizado em Março continua montado no pólo de Lisboa do hospital das Forças Armadas, e o mesmo acontece no Pavilhão Rosa Mota do Porto.

Para “reforçar a capacidade do Hospital das Forças Armadas, no pólo de Lisboa”, o Governo avança que foi montado um “agrupamento sanitário” com 32 camas e foram disponibilizadas 87 tendas e 6163 camas, no Continente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

Este material, acrescentou, serviu para postos médicos avançados em unidades hospitalares e em estabelecimentos prisionais, hospitais de campanha, no Estádio Universitário de Lisboa e no Pavilhão Rosa Mota no Porto, e centros de acolhimento de vários municípios.

Do laboratório militar, em Lisboa, saíram 151 mil litros de álcool gel, destinados tanto para as Forças Armadas, como o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e entidades oficiais, de acordo com os dados do ministério.

Desde Março, início do surto pandémico em Portugal, o pólo do Porto do hospital das Forças Armadas acolheu 77 idosos de quatro lares, de Famalicão, Vila Real, Albergaria-a-Velha e Matosinhos, a pedido da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil.

E realizou, também nesta unidade, o tratamento de doentes do SNS, oriundos do Hospital de Braga - 16 utentes de hemodiálise - e do Hospital Pedro Hispano de Matosinhos, de seis idosos infectados com covid-19.

No apoio ao SNS e ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, as Forças Armadas disponibilizaram 11 centros de acolhimento de doentes, em unidades militares dos três ramos (Exército, Marinha e Força Aérea).

No Regimento de Infantaria n.º1, em Tavira, foram acolhidos sete cidadãos estrangeiros, de 18 de Abril a 2 de Maio, o Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea, na Ota, recebeu 171 cidadãos estrangeiros, a maioria infectados, transferidos de um hostel em Lisboa, no período de 20 de Abril a 20 de Maio e no Regimento de Artilharia n.º4, em Leiria, está alojada, desde 31 de Maio, uma doente proveniente da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo de Leiria.

Acções em portos e prisões

As Forças Armadas fizeram ainda, no total, e antes da reabertura das aulas presenciais do 11.º e 12.º anos de escolaridade, 1140 acções de sensibilização e formação, além de três desinfecções em escolas, em articulação com o Ministério da Educação, segundo o Ministério da Defesa Nacional.

O Exército ajudou em acções de descontaminação em unidades de saúde e em viaturas de emergência médica, em apoio ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Nesta altura, estão a decorrer acções de sensibilização e formação para desinfecções nos portos de pesca e em estabelecimentos prisionais, em vários pontos do país, em resposta a pedidos do Ministério do Mar e do Ministério da Justiça.

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