INEM garante helicóptero em Viseu

Aeronave estava de partida para Loures, mas afinal fica em Viseu, na “casa emprestada” onde esteve nos últimos sete meses. Saída do meio aéreo deixava Região Centro sem socorro diferenciado.

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daniel rocha

O helicóptero do INEM que opera na Região Centro vai manter-se no Aeródromo de Viseu. A aeronave estava para ser reposicionada esta quinta-feira em Loures, na zona de Lisboa, anunciou no início da semana o Instituto Nacional de Emergência Médica.

A garantia de que o helicóptero fica em Viseu foi dada pela ministra da Coesão Territorial e pelo próprio INEM que diz que se chegou a acordo com a empresa operadora da aeronave e a escola de aeronáutica onde o helicóptero tem estado alojado desde que saiu da Base Permanente de Santa Comba Dão, em Outubro de 2019, por falta de condições da pista.

Segundo o comunicado do INEM, o reposicionamento “não se justificava por qualquer questão relacionada com o Aeródromo Municipal de Viseu, mas porque a empresa IFA -  Aviation Training Center -  iria iniciar a sua actividade, momento que tinha sido previamente definido como limite para que o helicóptero pudesse permanecer nas instalações da referida empresa”.

Como a escola de aeronáutica vai começar com novos cursos e precisa do hangar para os aviões, o helicóptero do INEM ficaria, assim, “despejado” da casa que ocupou nos últimos sete meses.

Depois do anúncio e da tomada de posições, nomeadamente dos autarcas da Região Centro, contra esta saída, o INEM esclarece que foi “possível chegar a um entendimento para que o helicóptero permaneça nas instalações da empresa”.

Os autarcas reclamavam que com esta decisão, toda a Região Centro ficaria “desprovida” do socorro de primeira intervenção, uma vez que o helicóptero do INEM mais próximo está estacionado no Norte de Portugal, em Macedo de Cavaleiros.

“No espaço de 24 horas conseguimos reverter uma decisão que era inadmissível para este território. Com um diálogo franco e aberto chegou-se à conclusão que o helicóptero é aqui preciso”, realçou nesta manhã de quarta-feira Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu, durante uma sessão onde esteve presente a ministra Ana Abrunhosa. O autarca disse que o reposicionamento deste meio aéreo na zona de Lisboa seria “um erro” e que foi  “a voz dos autarcas a ter um peso nesta reversão”. “Ainda bem que o bom senso imperou”, disse Almeida Henriques que no dia em que tomou conhecimento da decisão do INEM afirmou que estava disposto a avançar com uma providência cautelar para impedir a saída do helicóptero.

A aeronave permanece no Aeródromo de Viseu e o INEM diz que “o Instituto retomará as operações a partir de Santa Comba Dão, desde que sejam cumpridos todos os requisitos legais e que esse heliporto seja certificado como Base Permanente para emergência médica”.

Entretanto, o Heliporto de Santa Comba Dão localizado no Quartel dos Bombeiros Voluntários vai ser alvo de intervenções para corrigir os erros que levaram à saída do helicóptero. As entidades locais garantem que a certificação da posta pode estar para breve.

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