Bruno Lage: “A paragem não foi benéfica em nenhum aspecto”

Treinador do Benfica voltou às conferências de imprensa para fala do regresso dos “encarnados” à actividade nesta quinta-feira na Luz, frente ao Tondela.

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Bruno Lage, treinador do Benfica LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Foram três meses sem futebol, dois deles sem o trabalho diário com os jogadores, e foi dessa rotina que Bruno Lage mais sentiu falta durante o confinamento provocado pela pandemia da covid-19. Esse confinamento acabou e os “encarnados” voltam nesta quinta-feira ao relvado do Estádio da Luz para defrontar o Tondela em jogo a contar da 26.ª jornada da I Liga. Há um título em jogo e Bruno Lage quer uma “reentrada muito forte”, mas rejeita a ideia que a paragem forçada tenha acontecido numa boa altura para o Benfica, que estava numa série de três jogos sem vencer e estava com dois habituais titulares lesionados.

“A paragem não é benéfica em nenhum aspecto”, salientou o técnico benfiquista. “Deu para ficar com dois jogadores disponíveis [Gabriel e André Almeida]. Nesta paragem paragem o que me vou recordar é poder estar com o meu filho diariamente durante. Esse é o único ponto positivo do que aconteceu. Em Janeiro, ninguém pensava que nos ia afectar e, de repente, ter três meses de paragem, ver pessoas a morrer, não pode ter sido benéfico para nada”, reforçou Lage.

Antes da paragem, o Benfica estava numa série de resultados negativos (apenas uma vitória em oito jogos), mas Lage sentia que a equipa estava em retoma antes do confinamento. “A determinada altura temos de dar uma resposta e fiquei com a sensação de que no ultimo treino que fizemos a equipa estava pronta para dar uma boa resposta”, salientou.

O jogo do desconfinamento será feito sem adeptos e Bruno Lage admite que vai ser difícil, apesar de já ter feito jogos na Luz para simular um ambiente de jogo sem público. “Preparámo-nos para tudo, simular a jogar no Estádio da Luz, fomos a todos o pormenores. Os adeptos não estão lá, mas estão a ver-nos jogar”, frisou o técnico, que está agradado com o que tem visto da equipa nas últimas semanas nesses tais jogos simulados de duração variável: “Gostava de eventualmente ter tido mais uma semana para fazer a adaptação ao jogar e ao treinar, mas senti a equipa com um ritmo bom e interessante.”

A entrevista de Luís Filipe Vieira ao canal do clube também foi motivo de conversa na conferência de imprensa de Lage, no que diz respeito ao voto de confiança do presidente ao treinador e da amizade de Vieira com Jorge Jesus. “Já diziam que o Jorge Jesus vinha substituir o Rui Vitória, não aconteceu. O que me deixa tranquilo é o reconhecimento de quem trabalha comigo. Quem vier a seguir já não é preocupação minha. Quando um dia terminar a minha função pode ser o Jorge Jesus ou outro qualquer”, salientou Lage, que não vê nada de mal na proximidade de Vieira e do actual treinador do Flamengo: “Não acho nada de anormal que tenha esta relação com Jesus, porque teve a mesma relação comigo.”

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