Covid-19: GNR disponível para assegurar desinfecção de ambulâncias. INEM diz que voltará a ser feita pelos técnicos

Em causa está o encerramento das linhas de descontaminação de viaturas e fardas, após a Unidade de Emergência de Protecção e Socorro (UEPS) da GNR ter deixado de fazer tal serviço. O INEM explicou que quer que a desinfecção “volte à sua rotina habitual”, feita pelos técnicos.

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Equipa do INEM faz recolha de testes ao domicílio PAULO PIMENTA

O ministro da Administração Interna (MAI), Eduardo Cabrita, garantiu esta terça-feira que há “plena disponibilidade” da GNR para proceder à desinfecção das ambulâncias do INEM, salientando, no entanto, que a avaliação de risco deve ser feita pelas entidades responsáveis.

O Jornal de Notícias avançou na edição desta terça-feira que as ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) de Lisboa, região onde se concentra agora o surto de covid-19, não saíram na segunda-feira em serviço enquanto os profissionais não viram desinfectados os veículos.

Em causa está o encerramento das linhas de descontaminação de viaturas e fardas, após a Unidade de Emergência de Protecção e Socorro (UEPS) da GNR ter deixado de fazer tal serviço.

Em declarações à margem da cerimónia de inauguração da Esquadra da PSP de Cedofeita, no Porto, Eduardo Cabrita adiantou que durante este período a Guarda Nacional Republicana (GNR) procedeu à desinfecção de mais de 3000 ambulâncias do INEM, da Cruz Vermelha e de corporações de bombeiros, bem como de mais de uma centena de lares de idosos e creches, actividade que, garantiu, há disponibilidade para manter.

“Da parte da GNR há plena disponibilidade para manter essa actividade, agora naturalmente em articulação técnica com uma avaliação de risco que deve ser feita pelas entidades responsáveis pelas instalações, neste caso pelo INEM”, afirmou Eduardo Cabrita.

Ouvido pelo JN, o INEM explicou que quer que a desinfecção “volte à sua rotina habitual”, feita pelos técnicos, assegurando que estes têm “todos os equipamentos e produtos necessários para cumprir aquela que é uma das suas funções: garantir a manutenção e prontidão das ambulâncias”.

Na conferência de imprensa desta terça-feira sobre a covid-19, Luís Meira, presidente do INEM, disse que a instituição tem mais de cem ambulâncias espalhadas pelo país e que em todas elas os profissionais podem garantir a higienização dos veículos com os meios necessários, garantindo que uma das principais prioridades neste momento é “garantir a segurança dos utentes que transportam e dos trabalhadores”.

O ministro da Administração Interna foi ainda questionado sobre a decisão do INEM de colocar provisoriamente em Loures o helicóptero estacionado no Aeródromo Municipal Gonçalves Lobato, em Viseu, decisão que foi já repudiada pelo presidente da autarquia, António Almeida Henriques, que considera que “esta decisão maltrata, mais uma vez, os territórios do interior”. “Eu não tenho tutela do INEM, mas daquilo que sei, quer do contacto com a senhora ministra da Saúde, quer do contacto com a Câmara de Viseu, é que acham ambas o mesmo é que devem ser criadas as condições técnicas para o helicóptero continuar em Viseu”, afirmou Eduardo Cabrita.

O INEM anunciou na segunda-feira, através de um comunicado, que o helicóptero actualmente posicionado em Viseu irá ser “relocalizado temporariamente no heliporto de Salemas, em Loures, de forma a manter a operacionalidade deste meio aéreo e sempre no cumprimento estrito de todos os requisitos e normas aplicáveis à operação aeronáutica”. Segundo o INEM, o helicóptero vai operar a partir de Salemas até que seja implementada uma solução definitiva que permita a certificação do heliporto de Santa Comba Dão como base permanente.

O INEM avança que esta solução está a ser trabalhada entre as entidades responsáveis, tendo sido garantido ao instituto que a criação das condições necessárias para a certificação do heliporto irá acontecer num curto espaço de tempo.

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