Autarca de Sintra indignado com “alarme social” causado pela contagem da DGS no concelho

Basílio Horta diz que existe “desarticulação com as autoridades de saúde”, por hoje ter sido revelado um grande aumento, que incluiu dados dos últimos quatro dias.

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Basílio Horta já se queixou a Marta Temido pela forma como a DGS fez a contagem dos novos casos em Sintra Nuno Ferreira Santos

O presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, manifestou-se esta terça-feira indignado com o método de contagem do número de infectados no concelho, afirmando que a situação está a causar um grande alarme social.

“Existe uma desarticulação muito grande com as autoridades de saúde. Passam dias sem contar os nossos infectados e depois somam os números todos e colocam no relatório. Isso causa um grande alarme e uma imagem errada do concelho”, afirmou o autarca socialista.

Em causa está o facto de o relatório diário da Direcção-Geral da Saúde (DGS) nem sempre actualizar o número de infectados pela covid-19 existente naquele município do distrito de Lisboa.

“Desta vez, estiveram quatro dias sem actualizar esses números e depois, de repente, os números dispararam e parece que o aumento foi de um dia para outro. Já tive oportunidade de transmitir essa minha indignação à senhora ministra da Saúde”, apontou.

O boletim diário da DGS divulgado esta terça-feira atribui a Sintra 182 novos casos de infectados por coronavírus, mas ressalva que este número corresponde a actualizações de notificações médicas dos últimos quatro dias.

A agência Lusa contactou o gabinete de comunicação da DGS para saber como se distribuíram estes 182 novos casos de Sintra ao longo dos quatro dias em causa. Perguntou também como se enquadram estes valores nos números  da região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, onde aquele concelho se integra e onde a DGS notificou um total de 158 novos infectados relativos a segunda-feira, pelo que seria matematicamente impossível estarem incluídos os novos casos de Sintra.

“Os dados estatísticos nem sempre são fáceis de interpretar, muito menos numa situação de pandemia com evoluções constantes”, admitiu a DGS, salientando que não se podem “fazer essas comparações quando os referenciais são diferentes”. “Só no final da linha do tempo desta pandemia se conseguirá estudar a correcta evolução nos concelhos”, sublinhou, acrescentando posteriormente que os dados disponíveis “são os que estão no relatório”.

Portugal contabiliza pelo menos 1.436 mortos associados à covid-19 em 32.895 casos confirmados de infecção, segundo o último boletim diário da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que aponta um crescimento de 195 novos infectados em todo o país.

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