UE está “chocada” com a morte de George Floyd e condena uso de força excessiva nos EUA

Expressando o apoio da União Europeia ao “direito a protestos pacíficos”, Borrell condenou, porém, “todos os actos de violência e de racismo, de qualquer tipo”.

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Josep Borrell: “Todas as vidas importam, e as vidas negras também importam” LUSA/STEPHANIE LECOCQ

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, classificou a morte de George Floyd às mãos da polícia de Mineápolis​como “um abuso de poder”, que deixou a União Europeia “chocada e horrorizada”, tal como os Estados Unidos.

“Todas as sociedades devem estar atentas ao uso excessivo de força”, disse o alto representante da União Europeia para a Política Externa, num aviso contra possíveis novos usos de força, que o Presidente Donald Trump parece prometer, ao ameaçar enviar o Exército para a rua, para controlar os protestos em várias cidades por causa da morte do cidadão afro-americano quando estava a ser detido por suspeita de ter pago uma conta com uma nota falsa de 20 dólares. 

Defendendo que as sociedades “devem permanecer vigilantes relativamente ao uso excessivo de força” e “garantir que todos os incidentes são lidados de forma rápida, eficaz e em total respeito pelo direitos humanos”, Josep Borrell sublinhou que tal ainda é mais verdade em sociedades democráticas, nas quais “os guardiões da ordem não devem agir de forma desproporcionada”.

Expressando o apoio da União Europeia ao “direito a protestos pacíficos”, Borrell condenou, porém, “todos os actos de violência e de racismo, de qualquer tipo”. O alto representante apelou à contenção de todas as partes para reduzir o clima de grande tensão a que se assiste nos Estados Unidos. “Acreditamos na capacidade dos norte-americanos de se reunificarem e de se curarem como uma nação”, declarou.

A concluir, sublinhou o princípio de que “todas as vidas importam, e as vidas negras também importam”, recorrendo ao slogan que tem marcado as manifestações dos últimos anos de protesto contra a violência e o racismo policial.

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu a 25 de Maio, em Mineápolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar. As imagens da operação foram filmadas e divulgadas nas redes sociais, desencadeando protestos desde então, que se alargaram a muitas outras cidades dos EUA, algumas das quais foram palco de actos de pilhagem.

Pelo menos quatro mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque. Comentários agressivos do Presidente norte-americano, Donald Trump, contra os manifestantes têm intensificado os protestos.

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