O que querem os socialistas? Apoiar Marcelo nas Presidenciais

A conclusão é de uma sondagem da Pitagórica publicada esta segunda-feira no Jornal de Notícias.

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Marcelo Rebelo de Sousa com António Costa LUSA/MÁRIO CRUZ

O eventual apoio do PS a Marcelo Rebelo de Sousa causou divergências no interior do partido, incluindo nos órgãos de direcção, mas a julgar pela sondagem mais recente da Pitagórica, publicada esta segunda-feira no Jornal de Notícias e divulgada na TSF, não é isso que pensam os portugueses que se identificam com o PS: 85% acham mesmo que Marcelo deve ter o apoio dos socialistas

Segundo este barómetro, no eleitorado geral, sem atender a preferências partidárias, esse desejo fica-se pelos 71% e desce ainda mais entre os votantes que se situam mais à direita. No caso dos que se identificam com o PSD, o número é de 65%, descendo para 62% entre os que preferem “outros” (incluindo Chega e Iniciativa Liberal) e para 57% entre os centristas – muito abaixo da percentagem de socialistas que defende um apoio a Marcelo.

O actual Presidente da República ainda não desfez o tabu sobre a sua recandidatura, mas a sua popularidade ronda os 88%, sendo a sua prestação considerada “boa” e “muito boa” sobretudo entre os socialistas (99%) e entre os inquiridos mais velhos (é de 91% entre os que têm mais de 65 anos).

O JN conclui que os valores revelados pelo estudo de opinião da Pitagórica são uma boa notícia para os candidatos que vão concorrer no espaço natural de Marcelo (direita e centro-direita) e má para possíveis concorrentes no espaço da esquerda e centro-esquerda.

Entre Marcelo e Costa, os portugueses continuam a preferir Marcelo (34% preferem o primeiro e 13% o segundo), mas é de registar que é a diferença de pontos mais baixa de sempre entre ambos.

O PS, revela a sondagem, está no limiar da maioria absoluta, como 44,8%, e o PSD, apesar de recuperar, não consegue ir além 24,1%. Os dois partidos que nas legislativas ficaram separados por nove pontos percentuais, estão agora como uma diferença de mais de 20. O partido que passa para terceiro lugar, apesar de estar em queda desde Março, é o Chega (com 6.4%), ficando 0,3 pontos à frente do quarto classificado, o Bloco. A CDU e o PAN melhoram para 5,8 e 3,3%, respectivamente, e o CDS e a Iniciativa Liberal ocupam os últimos lugares com 2,8 e 1,6%.

O número de indecisos continua em queda, situando-se agora nos 16,2.

Ficha técnica: O trabalho de campo deste estudo de opinião incluiu 802 entrevistas telefónicas e foi realizado entre os dias 16 e 24 de Maio de 2020. A margem de erro máxima é de +/- 3,53% para um nível de confiança de 95,5%. Os resultados da sondagem foram publicados no Jornal de Notícias, nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, e também difundidos pela TSF.

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