Actividade turística paralisou em Abril, com quedas perto de 100%

Hóspedes e dormidas caíram quase 100%. Maioria dos estabelecimentos reporta cancelamento de reservas até Agosto, indica inquérito do INE.

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O país esvaziou-se de turistas durante o estado de emergência Francisco Romao Pereira

Como esperado, devido à crise de saúde pública, o sector do alojamento turístico praticamente paralisou a sua actividade em Abril. A estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revela que o sector registou 68,0 mil hóspedes e 193,8 mil dormidas, o que corresponde a variações homólogas de -97,1% e -96,7%.

Segundo o INE, no mês em que o país viveu num estado de emergência, as dormidas de residentes caíram 92,7% e, as de não residentes, 98,3%.

Cerca de 80,6% dos estabelecimentos de alojamento turístico portugueses estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes.

O INE refere ainda que realizou “um questionário específico adicional” durante os meses de Abril e Maio a cerca de cinco mil estabelecimentos turísticos sobre as perspectivas de actividade para os próximos meses, até Agosto.

Segundo o instituto estatístico, 78,4% dos estabelecimentos de alojamento turístico respondentes, e que representam 90,4% da capacidade de oferta, viram as reservas canceladas para o período entre Março e Agosto devido à pandemia do novo coronavírus.

“Esta percentagem varia inversamente com a extensão do horizonte temporal”, nota o INE. Em 74,4% dos estabelecimentos houve cancelamentos das reservas para Junho, em 63,6% cancelaram-se reservas para Julho e em 57,5% cancelaram-se reservas para Agosto.

O INE assinala ainda que a Madeira “foi a região que apresentou maior peso de estabelecimentos com cancelamentos de reservas (90,4% dos estabelecimentos e 98,3% da capacidade oferecida)”, seguindo-se os Açores (86,7% dos estabelecimentos e 96,5% da capacidade), a área metropolitana de Lisboa (84,3% e 93,6%, respectivamente) e o Algarve (81,7% e 91,2%, respectivamente). 

“As medidas mais restritivas à mobilidade das pessoas poderão ter influenciado a maior taxa de cancelamentos que se verificou nas Regiões Autónomas”, admite o INE.

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