Zoo na Indonésia pondera abater cervos para alimentar os grandes felinos

Encerrado desde 23 de Março, o jardim zoológico de Bandung está agora a considerar o “pior cenário”: ter de abater alguns animais mais velhos, como chitais ou aves, para conseguirem alimentar os carnívoros. Zoo está a depender de doações para manter os animais vivos

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AJENG DINAR ULFIANA/REUTERS
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O tigre-de-sumatra Fitri AJENG DINAR ULFIANA/REUTERS
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Um jardim zoológico na Indonésia pondera abater alguns dos seus animais para alimentar outros, como um tigre-de-sumatra e um leopardo-de-java, se ficar sem alimentos nos próximos meses, depois da pandemia do novo coronavírus ter obrigado ao fecho de portas. 

Por enquanto, estão a ser dadas doses mais pequenas aos 850 animais, mas o zoo de Bandung está a considerar o “pior cenário”: ter de abater alguns animais para servirem de alimento a outros, já que espera ficar sem comida em Julho.

O jardim zoológico fica na quarta maior cidade da Indonésia e normalmente faz cerca de 1,2 mil milhões de rúpias (74 mil euros) mensais com as visitas. Encerrou a 23 de Março no âmbito das medidas de restrição do país para tentar conter o surto. “Temos cerca de 30 chitais [um cervo semelhante ao veado] e identificamos os mais velhos e que não se podem reproduzir para serem abatidos para salvar os carnívoros, como o tigre-de-sumatra e o leopardo-de-java”, afirma o porta-voz do zoo, Sulhan Syafi'i. Algumas aves, incluindo gansos, também podem ser abatidas.

Grandes felinos, incluindo o tigre-de-sumatra em perigo de extinção chamado Fitri, comem agora oito quilos de carne a cada dois dias, abaixo dos 10 quilos que lhes eram dados anteriormente. O zoo precisa de mais de 400 quilos de fruta diariamente e 120 quilos de carne a cada dois dias, disse Syafi'i, realçando estar agora dependente de doações para manter os animais vivos

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“Os crocodilos estão mais gordos e os tigres estão mais saudáveis, também. Mas o leão ainda está magro”, declara Fauzan Dzulfikar, que foi autorizado a visitar o zoo depois de fazer uma doação. As porções diárias mais pequenas não passaram despercebidas aos animais, apesar de Syafi'i sublinhar que estão dentro dos padrões para assegurar o bem-estar dos animais.

O tratador dos orangotangos, Aep Saepudin, disse que os primatas em perigo de extinção podem ficar enraivecidos e atirar coisas. “Já não há comida, mas eles querem continuar a comer”, disse. A Associação de Zoos da Indonésia, que pediu ajuda ao presidente Joko Widodo, estima que 92% dos jardins zoológicos só possam alimentar os seus animais até ao fim de Maio.

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