Portugal e Reino Unido estudam criação de corredores turísticos bilaterais

Os Governos dos dois países estarão a negociar formas de facilitar as viagens turísticas entre Portugal e o Reino Unido. Solução idêntica está a ser pensada com Espanha e França.

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Corredores turísticos em estudo Nuno Ferreira Santos

Os Governos de Portugal e do Reino Unido estão a negociar “corredores bilaterais” que permitam facilitar as trocas turísticas entre os dois países. A notícia é avançada na edição deste sábado do Jornal de Notícias e surge numa altura em que o executivo de Boris Johnson decidiu impor uma quarentena de catorze dias a todos os que cidadãos que viajarem para o país, a partir de 8 de Junho.

“Portugal, como os outros países, tomou nota recentemente da decisão britânica. Dado os relevantes interesses recíprocos, o MNE está convicto de que será possível acordar uma solução que assegure esses interesses, tendo designadamente em vista o próximo período estival”, respondeu ao PÚBLICO um responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros, confirmando as negociações.

Também entre Portugal, Espanha e França está a ser estudada uma solução deste tipo. “Os portugueses que regressem de Portugal por Espanha e entram em França não estão sujeitos a quarentena. Os espanhóis também já nos disseram que estão de acordo em criar corredores de trânsito, sem pernoita, sem precisar de fazer quarentena. É nisto que estamos a trabalhar”, afirmou o ministro Augusto Santos Silva, na sexta-feira, à rádio Observador.

Santos Silva deixou claro que “os turistas” e todos os “emigrantes são muito bem-vindos” a Portugal e que a situação que se viveu na Páscoa foi “excepcional e já passou”, estando agora o país a atravessar uma fase já “muito controlada em termos de saúde”. Ainda assim, de acordo com o governante, haverá “controlos sanitários mínimos” a quem chegue de avião.

“Aos turistas que venham por via aérea, Portugal não impõe quarentena, imporá controlos sanitários mínimos que as autoridades de saúde entenderão. Portugal tem um sistema de saúde que responde bem, e isso é muito importante para acolher as pessoas, e tem já publicadas regras no que diz respeito aos espaços públicos, monumentos, museus, praias, hotéis, restaurantes, que são conhecidos e que garantem a segurança das pessoas”, disse Santos Silva.

A ideia dos “corredores turísticos bilaterais” não é inovadora, segundo explica o JN. No início de Maio, alguns países bálticos, como a Estónia, a Letónia e a Lituânia, já tinham optado por esta solução com territórios em que a incidência da doença covid-19 foi declarada baixa, como é o caso de Portugal, mas também da Grécia, da Austrália e da Nova Zelândia. 

“É importante que estes corredores sejam estabelecidos rapidamente, porque os britânicos revelam muita intenção de vir para o Algarve, que é encarado como uma zona ‘covid free’ devido ao baixo impacto da pandemia, mas a época alta está a começar. Para a região, estes meses são tudo o que temos para diminuir as perdas, espero que não se esqueçam disso”, disse Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, citado pelo Jornal de Notícias.

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