Covid-19: 12 mortes e 1138 recuperados nas últimas 24 horas

Desde o início do surto, foram contabilizados 30.200 infectados e morreram 1247 pessoas desde o início do surto. Já foram dadas como “curadas” 7590 pessoas.

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Daniel Rocha

Portugal registou nesta sexta-feira mais 12 mortes por covid-19, um aumento de 0,9%, que eleva para 1289 o total de vítimas mortais. Nas últimas 24 horas, foram detectadas mais 288 pessoas infectadas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 1,0%. Portugal passa assim a “barreira" 30 mil casos (30.200) identificados desde o início do surto. 

De acordo com o boletim epidemiológico desta sexta-feira da Direcção-Geral da Saúde (DGS), já foram declaradas como recuperadas 7590 pessoas, mais 1138 pessoas no dia anterior. Este aumento é o segundo maior desde o início da pandemia: de 17 para 18 de Maio, foram dadas como “curadas” 1794 pessoas. Uma pessoa é considerada “curada” depois de um teste com resultado negativo, caso o tratamento esteja a ser feito em casa, ou dois em 24 horas se o doente estiver no hospital.

Subtraindo o número de recuperados e de óbitos, há 21.321 casos activos em Portugal, menos 862 do que no dia anterior. 

O relatório dá ainda conta de 576 pessoas internadas, menos 32 do que no dia anterior, das quais 84 estão nos cuidados intensivos (menos oito do que na quinta-feira).

A taxa de mortalidade em Portugal, para todos os casos de morte, está dentro de parâmetros esperados apesar do pico registado em Abril, de acordo com a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, na conferência de imprensa desta sexta-feira relacionada com a pandemia de covid-19.

“Nos primeiros meses do ano tivemos uma mortalidade muito baixa. Tivemos um inverno muito ameno e tivemos uma actividade gripal pouco intensa”, destacou a directora-geral de Saúde, notando que a “curva de mortalidade do país está nos parâmetros esperados”. A taxa de letalidade global é de 4,3%, subindo para 16,3% em pessoas acima dos 70 anos.

“Janeiro e Fevereiro foram meses com muitos poucos óbitos com comparação aos períodos homólogos”, acrescentou Graça Freitas, explicando que o pico registado em Abril já incluía, também, óbitos por covid-19, mas que é preciso avaliar a situação desde o começo de 2020.

Nas mortes, 1117 das 1289 vítimas mortais estão acima dos 70 anos, cerca de 87%. O relatório dá conta da morte de 116 pessoas entre os 60 e 69 anos; 40 com idades entre os 50 e 59 anos; 15 pessoas entre os 40 e os 49 anos; e uma vítima mortal entre os 20 e os 29 anos. Nas últimas 24 horas, sete das vítimas mortais estão acima dos 70 anos, três estão entre os 60 e os 69 anos e houve mais dois óbitos de pessoas entre os 40 e os 49 anos.

Questionada quanto à situação da covid-19 nas regiões portuguesas, Graça Freitas indicou que Lisboa e Vale do Tejo, com 9106 casos confirmados e 300 vítimas mortais,​ é aquela que está a ser acompanhada a “com mais cuidado”, especialmente tendo em conta a situação na Azambuja. Desde quinta-feira, foram identificados mais 228, cerca de 80% do número total de novos infectados.

No resto do país “há uma transmissão comunitária que já foi mais intensa”. Graça Freitas deu como exemplo o Norte que “tem o número de casos estabilizado” (16.596 pessoas infectadas e 725 óbitos), bem como o Centro (3664 casos e 233 mortes) “que melhorou muito”. Já o Alentejo e Algarve “praticamente não têm apresentado novos casos”. O Algarve assinala até esta sexta-feira 358 infectados e 15 óbitos, enquanto o Alentejo apresenta 251 casos e uma morte.

Os Açores e a Madeira são as regiões com menor número de casos, com 135 e 90, respectivamente. A Madeira é a única sem mortes por covid-19, sendo que os Açores têm registo de 15 mortes. Os relatórios da DGS não apresentam novos casos ou mortes nestas regiões desde 12 de Maio.

Lisboa é o concelho com mais casos detectados (2107), seguido de Vila Nova de Gaia (1535) e do Porto (1337). Há outros quatro concelhos com mais de mil casos identificados: Matosinhos (1257), Braga (1199), Gondomar (1065) e Sintra (1006). Este último concelho ultrapassou esta sexta-feira o milhar de casos, com mais 49 infecções detectadas nas últimas 24 horas.

Os infectados por concelho podem ser mais do que os registados no boletim, uma vez que os dados são os do SINAVE – Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, que correspondem a 90% dos casos confirmados.

Até quinta-feira, Portugal tinha registado um total de 29.912 casos de infecção, 1277 mortes e 6452 recuperados.

Mais 500 mil vacinas para a gripe sazonal

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, notou na conferência de imprensa da DGS que o Governo autorizou a despesa para a aquisição de vacinas para a próxima época gripal.

Portugal vai ter mais 500 mil doses do que na época gripal anterior. “A próxima época gripal é crítica para a próxima fase da vacina”, frisou António Lacerda Sales, que considera importante que pessoas nos grupos de risco optem pela vacina para a gripe sazonal.

O secretário de Estado informou ainda que “já chegaram esta semana 44 ventiladores provenientes da China”. Destes, 20 foram doados para o Centro Hospitalar do Algarve, “os restantes chegarão a diferentes unidades do Serviço Nacional de Saúde”.

António Lacerda Sales indicou que durante “as próximas semanas continuarão a chegar aviões com ventiladores”, o que pode ser crucial para a preparação de uma eventual segunda vaga.

Casos na Azambuja estão a ser acompanhados

A directora-geral da Saúde disse que “estão programados 339 testes” no centro logístico da SONAE (dona do PÚBLICO) na Azambuja “nos dois sectores que têm casos”. “Estes testes ainda estão em curso, mas já permitiram identificar 76 casos positivos. Os casos estão a ser acompanhados, assim como os seus contactos”, acrescentou. Graça Freitas referiu ainda que algumas pessoas da comunidade estão a ser rastreadas. 

Por precaução, também “outras empresas da Azambuja testaram os seus trabalhadores”, o que permitiu confirmar dois casos positivos numa empresa e três noutra. Graça Freitas disse que, “felizmente, em todas as outras, não foram encontrados casos positivos”.

Segundo a directora-geral, o caso do concelho de Azambuja “é uma situação epidemiológica particular, mas que está a ser seguida e acompanhada por todas as entidades do sector da saúde, da autarquia, da Protecção Civil ou dos outros parceiros sociais e, obviamente, com os responsáveis pelas empresas”. Com estes novos casos, o município totaliza 81 casos positivos em três empresas.

Quando questionada por um caso de um trabalhador de uma fábrica em Loures que está internado, Graça Freitas garantiu que está “tudo tranquilo”. 

Emigrantes são bem-vindos, mas têm de seguir as regras

António Lacerda Sales disse, esta sexta-feira, que “os emigrantes são sempre bem-vindos”. No entanto, quando chegam a Portugal, “terão que cumprir as regras sanitárias e as directrizes da Direcção-Geral da Saúde”. Lacerda Sales mostrou confiança na atitude dos portugueses: “A consciência física e social do nosso povo, quer seja emigrante ou não, é a mesma”.

Sobre o fim da lotação máxima de dois terços do avião a partir de dia 1 de Junho, a directora-geral da Saúde lembra que são medidas internacionais e que “há uma série de barreiras de protecção” desenvolvidas ao longo dos anos para lidar com outros surtos.

“São directivas internacionais, não é uma directiva unidireccional de um país”, explicou Graça Freitas. “Na altura em que é feita a admissão de uma pessoa para poder embarcar, sobretudo quando há surtos em curso, as tripulações de terra têm medidas muito claras para fazer uma série de verificações para comprovar se aquelas pessoas podem estar ou não com sintomas de doença”, lembrou, reconhecendo, no entanto que “o processo não é 100% infalível”, mas que é ponderado o risco. 

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