No Porto, a pergunta impôs-se: “E se tivéssemos ficado sem cultura?”

Paulo Pimenta
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“E se tivéssemos ficado sem cultura?”, perguntam. De cartaz na mão, máscara na cara e cumprindo as regras de distanciamento social, manifestantes juntaram-se esta quinta-feira, 21 de Maio, na Avenida dos Aliados, no Porto, para alertar para o período negro que a cultura atravessa. A paralisação do sector e a falta de apoios está a deixar uma comunidade já vergada pela precariedade e fragilidade laboral ainda mais vulnerável. Muitos foram atirados para uma situação de miséria, onde até para comer o dinheiro escasseia. 

A situação já tinha desencadeado uma série de protestos que inundavam as redes sociais: “Unidos pelo presente e futuro da cultura em Portugal”, lia-se nos cartazes escritos à mão, fotografados e partilhados inúmeras vezes. O movimento, que apela à criação de estratégias a curto, médio e longo prazo para o sector e protecção de trabalhadores, atravessou fronteiras e chegou até figuras como os coreógrafos Meg Stuart, Sidi Larbi Cherkaoui e Damien Jalet, a bailarina Antonija Livingstone ou o encenador Philippe Quesne, que se fotografaram com um cartaz na mão. 

Agora, foi altura de o protesto sair à rua. As reivindicações são as mesmas: medidas transversais e dignas para o contexto de pandemia, mas também um plano que responda a necessidades há muito urgentes, como a definição consistente de um quadro legal, social e fiscal que proteja os trabalhadores do sector. Porque a pergunta vai sempre impor-se: “E se ficássemos sem cultura?”

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