Euromelanoma, 20 de Maio: o Dia dos Cancros da Pele

As mortes por cancro de pele são maioritariamente evitáveis. Preveni-las depende de cada um de nós.

Durante o mês de maio, o calendário assinala habitualmente o Dia dos Cancros de Pele, uma iniciativa do Euromelanoma que se realiza consecutivamente desde há 21 anos e que este ano decorre a 20 de Maio.

Em virtude do distanciamento social decorrente da pandemia de covid-19, este ano não haverá os habituais rastreios gratuitos, realizados em anos anteriores por dermatologistas de todo o país. Apesar disso, os dermatologistas assumiram, com igual motivação, o compromisso de informar a população acerca do problema e de promover comportamentos saudáveis.

Em Portugal estima-se que haja cerca de 12.000 casos de cancro de pele por ano. O melanoma, o mais grave entre estes, conta com pouco mais de um milhar de novos casos, embora seja responsável por mais de 75% dos óbitos.

A radiação ultravioleta é o fator de risco mais importante. A exposição recreativa, que ocorre esporadicamente em ambiente balnear, tem maior impacto no risco de melanoma, enquanto a exposição quotidiana em contexto ocupacional é responsável essencialmente por outros tipos de cancro com melhor prognóstico (carcinoma espinhocelular e carcinoma basocelular).

Os cuidados a ter

Desta forma, a prevenção do cancro de pele deve basear-se na prática de uma exposição regrada à radiação ultravioleta. O uso de solários, por exemplo, é um comportamento de alto risco que deve ser evitado. A exposição recreativa desprotegida é desaconselhada das 11h às 16h, o período em que o índice de ultravioletas é mais elevado. Nesse período, a permanência ao ar livre deve decorrer em espaços com sombra e sempre com uso de chapéu, óculos de sol e roupa adequada. Nos restantes períodos, a exposição solar não deve estender-se por tempo excessivo, prevenindo as queimaduras solares. Os protetores solares protegem da queimadura solar e presume-se que possam contribuir para a preveção do cancro de pele, recomendando-se a utilização de produtos com índice de proteção de nível 50+, aplicados de forma homogénea e na quantidade adequada, renovados a cada duas horas e sempre depois de um banho de mar ou piscina. O uso de protetores, porém, não substitui as restantes normas de proteção nem liberaliza a exposição solar, da mesma forma que um diabético não usaria um adoçante no café para que pudesse comer um bolo de seguida.

Os sinais de alerta

Apesar da evolução contínua da terapêutica, a forma mais eficaz de tratar o cancro de pele continua a ser a remoção cirúrgica. A possibilidade de cura depende muito da precocidade com que é diagnosticado e tratado. Os sinais de alerta são vários: um sinal na pele que mudou de cor, aumentou de tamanho, ou que se apresenta assimétrico, com bordos irregulares e com várias tonalidades, assim como um nódulo de crescimento progressivo, ou uma ferida que não cicatriza.

Aconselha-se a realização de um autoexame da pele a cada dois meses, usando luz adequada, um espelho de parede e um espelho de mão. Identificada uma lesão suspeita, o recurso ao médico de família ou ao dermatologista permitirá um diagnóstico correto. As pessoas com pele clara, olhos verdes ou azuis, cabelos loiros ou ruivos, com sardas e com antecedentes familiares de cancro de pele constituem um grupo de risco, pelo que devem ter atenção acrescida às medidas preventivas e ao autoexame.

O Euromelano e a APCC

O Euromelanoma é uma rede de dermatologistas que abrange 33 países europeus e que em Portugal é representada pela Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo e pela Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, responsáveis por organizar as atividades deste dia com o apoio da DGS, sempre com o objetivo de informar e de promover a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento de um tipo de cancro cuja incidência continua a aumentar. Os sítios da internet destas organizações facultam conteúdos sobre o cancro de pele, a sua prevenção e como efetuar o autoexame.

As mortes por cancro de pele são maioritariamente evitáveis. Preveni-las depende de cada um de nós.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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