SADC compromete-se a apoiar Moçambique no combate a grupos armados em Cabo Delgado

Comunidade de Desenvolvimento da África Austral promete ajuda contra ataques classificados como terrorismo que travam avanço de megaprojectos de exploração de gás natural.

Foto
Militares moçambicanos num posto de controlo em Cabo Delgado LUSA/ANTÓNIO SILVA

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) comprometeu-se a apoiar Moçambique no combate a grupos armados em Cabo Delgado, onde, pelo menos, 1100 pessoas morreram devido às incursões registadas desde Outubro de 2017.

A troika do órgão de Política, Defesa e Segurança da comunidade sub-regional “comprometeu-se e instou os Estados-membros da SADC a apoiar o Governo de Moçambique na luta contra os grupos terroristas e armados que actuam em alguns distritos de Cabo Delgado”, lê-se numa nota emitida após uma reunião em Harare, capital do Zimbabwe.

A situação de insegurança em Cabo Delgado foi abordada pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, num encontro que juntou também os Presidentes Emmerson Mnangagwa (Zimbabwe, que lidera o órgão), Mokgweetsi Masisi (Botswana, vice-presidente) e Edgar Lungu (Zâmbia, líder cessante).

“A troika da SADC condenou veementemente os ataques armados e os actos de sabotagem”, lê-se ainda no comunicado. Cabo Delgado, região onde avançam megaprojectos para a extracção de gás natural, vê-se a braços com ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista. As autoridades moçambicanas contabilizaram um total de 162 mil pessoas afectadas pela violência armada desde 2017.

No final de Março, as vilas de Mocímboa da Praia e Quissanga foram invadidas por um grupo que destruiu várias infra-estruturas e içou a sua bandeira num quartel das Forças de Defesa e Segurança. Num vídeo distribuído na Internet, um alegado militante jihadista justificou os ataques de grupos armados no Norte de Moçambique com o objectivo de impor uma lei islâmica na região.

Foi a primeira mensagem divulgada por alegados autores dos ataques, que são conhecidos como Ahlu Sunnah Wa-Jamo e alegadamente ligados ao Daesh

Sugerir correcção