EUA, Rússia e Brasil no topo da lista de países com mais casos de covid-19

No mundo, há mais de quatro milhões e 800 mil pessoas infectadas com SARS-CoV-2, das quais 319.231 morreram. Estados Unidos, Rússia e Brasil são os países com mais casos.

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No Michigan, os trabalhadores começaram a voltar às fábricas Reuters/REBECCA COOK
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Mikhail Mishustin voltou ao trabalho depois de ter estado infectado com covid-19 Reuters/SPUTNIK
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O Brasil ultrapassou o Reino Unido e é o terceiro país com mais casos Reuters/PILAR OLIVARES

O número de casos registados, a nível mundial, de covid-19 aproxima-se dos cinco milhões, sendo que, juntos, Estados Unidos, Rússia e Brasil contabilizam 2.068.325 casos. Há várias semanas que os Estados Unidos passaram a ser o país com mais casos a nível mundial (1.510.988), contabilizando também o maior número de mortos (90.432). Na lista, seguem-se Rússia e Brasil, que registam, respectivamente, 2837 e 16.941 mortos, segundo os números da Universidade Johns Hopkins.

Apesar do número elevado de casos (299.941), a Rússia apresenta uma taxa de letalidade relativamente baixa, o que tem levantado algumas críticas ao método de contabilização de mortos. Já o Brasil, que tal como os Estados Unidos tem assistido a uma divisão quanto à imposição de medidas de distanciamento social, regista menos mortes (16.941) do que Reino Unido, Itália, França e Espanha, apesar de ter mais casos (257.396). 

EUA

Na segunda-feira, os Estados Unidos, ultrapassaram a barreira dos 1,5 milhões de casos de infecção por covid-19, com um total de 90.369 mortos. Só numa semana, morreram mais dez mil pessoas. No país, já há 283.178 pessoas curadas.

O estado de Nova Iorque representa cerca de um terço das mortes confirmadas, registando mais de 28 mil óbitos. Seguem-se os estados de Nova Jérsia e Massachusetts, respectivamente, com 10.439 e 5862 óbitos contabilizados. Segundo os dados reunidos por epidemiologistas da Universidade de Massachusetts, citados pela AFP, até 6 de Junho os Estados Unidos deverão ultrapassar a barreira dos 112 mil mortos.

Enquanto permanece a divisão entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, defensor de uma reabertura mais célere da economia, e vários governadores, sobretudo do Partido Democrata, que consideram o confinamento necessário para impedir a propagação do vírus e o colapso da capacidade de resposta dos hospitais, vários estados vão levantando algumas restrições. É o caso do Michigan, onde, segundo o The New York Times, na segunda-feira, milhares de trabalhadores começaram a regressar às fábricas automóveis.

No Massachusetts, estado que tem sido particularmente afectado pela pandemia, o governador Charlie Baker, republicano, anunciou uma estratégia de reabertura divida em quatro fases, enquanto no Texas, o segundo estado mais populoso do país, os funcionários de escritórios começaram a voltar ao trabalho, com limitações, e as creches e infantários receberam indicações para reabrir imediatamente. No Connecticut, restaurantes, escritórios, lojas e salões de beleza poderão reabrir na quarta-feira, a meio gás, adoptando medidas de segurança.

Rússia

A Rússia aproxima-se a passos largos dos 300 mil casos de covid-19 – são já 299.941. Nesta terça-feira, o país registou mais 9263 infecções e 115 mortes, elevando o número de óbitos para 2837. No entanto, pelo quarto dia consecutivo, o número de novos casos ficou abaixo dos dez mil, o que leva as autoridades russas a considerarem que a evolução da pandemia está estável. O número de doentes recuperados na Rússia é de 76.130.

Esta terça-feira fica também marcada pelo regresso ao trabalho do primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, que recuperou depois de ter sido infectado com covid-19. Mushustin afirmou que o país conseguiu travar o crescimento de novos casos, no entanto, reiterou que a situação permanece “difícil”.

Os números apresentados pela Rússia, sobretudo a baixa mortalidade, têm suscitado dúvidas, com alguns críticos a acusarem as autoridades russas de não revelarem integralmente os números. Moscovo defende-se, referindo que apenas contabiliza os óbitos directamente relacionados com o vírus. Além disso, sublinha que, uma vez que o vírus chegou mais tarde ao país, os hospitais tiveram mais tempo para se prepararem, permitindo ainda uma estratégia de realização de testes em larga escala.

Brasil

Por seu turno, o Brasil ultrapassou o Reino Unido e é já o terceiro país do mundo com mais casos de covid-19 – são agora 257.396, segundo os dados da Universidade Johns Hopkins. O número de recuperados situa-se nos 100.459.

No último balanço, as autoridades brasileiras contabilizaram um aumento de 16.792 casos detectados, e um aumento de 674 óbitos. Desde que a pandemia chegou ao país, são já 16.941 o número de mortos causados pela covid-19.

Segundo um estudo da Coppe/UFRJ Marinha do Brasil e da Universidade de Bordéus, em França, para o Estadão, o pico da pandemia no Brasil deve ocorrer esta semana, sendo ainda expectável que o número de casos comece a estabilizar no final de Julho, quando for atingido o patamar d0s 370 mil casos.

Contudo, os investigadores alertam que estes números poderão chegar a um milhão, tendo em conta o número de casos não reportados. Para esta projecção, os investigadores responsáveis pelo projecto prevêem um aumento do número de testes, bem como o levantamento da quarentena, o que “vai fazer com o número de casos aumente”.

Enquanto o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, continua a desvalorizar a pandemia e a opor-se a medidas de confinamento, vários hospitais do país estão à beira do colapso. É o caso da cidade de São Paulo, em que a situação está no limite, com o prefeito da cidade a alertar que 90% dos hospitais estão sobrecarregados.

Bélgica, Espanha e Itália com maior mortalidade 

Quanto à mortalidade, Bélgica, Espanha e Itália aparecem no topo da lista. Na Bélgica, por cada 100 mil pessoas infectadas, registam-se 79,50 óbitos, o que equivale a taxa de letalidade de 16,3%.

Já em Espanha, o número de mortes por cada 100 mil habitantes situa-se nos 59,30, seguindo-se a Itália, com 52,96, com estes dois países a registarem, respectivamente, uma taxa de letalidade de 12% e 14,2%, segundo os dados da Universidade Johns Hopksins, actualizados na passada segunda-feira.

Quanto aos Estados Unidos, a taxa de mortalidade é de 27,61, valor superior ao do Brasil, que regista 8,05 óbitos por cada 100 mil habitantes. A taxa de letalidade nestes dois países é de, respectivamente, 6% e 6,6%. Na Rússia, a mortalidade é de apenas 1,88, com uma taxa de letalidade de 0,9%.

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