Covid-19: com subida de casos de 0,79%, Governo fala em sinais “encorajadores”

A taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 15,5%. Há 657 pessoas internadas, das quais 115 nos cuidados intensivos. Já recuperaram 3822 pessoas.

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Unidade de cuidados intensivos do Hospital de São João, no Porto Manuel Roberto / PUBLICO

Registaram-se mais 13 mortes por covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 1,09% e eleva o número total de vítimas para 1203. Há mais 227 infecções confirmadas, o que representa uma taxa de crescimento de 0,79%. No total, há desde o início da pandemia o registo de 28.810 casos de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 em Portugal.

Foram dadas como recuperadas 3822 pessoas, mais 494 do que na sexta-feira. Há ainda 657 pessoas internadas, das quais 115 em unidades de cuidados intensivos. A região com mais casos continua a ser o Norte, com 16.282 infectados e 684 mortes. No entanto, Lisboa é o concelho com mais infectados: 1919. Os dados estão no boletim epidemiológico divulgado este sábado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), cuja actualização é feita diariamente com informação até à meia-noite do dia anterior.

A taxa de letalidade global é de 4,2%. Acima dos 70 anos, a taxa de letalidade sobe para 15,5%, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa deste sábado sobre a evolução da pandemia em Portugal. Estão internados no domicílio 80,3% dos casos, 1,9% nos hospitais e 0,4% em unidades de cuidados intensivos.

Na conferência de imprensa, a ministra da Saúde afirmou que “neste momento, os sinais que vemos mantêm-se encorajadores”, sublinhando que o número médio de transmissões ao longo do tempo, nos últimos cinco dias, manteve-se abaixo do valor de referência de R1, em 0.97. Marta Temido falou ainda numa “tendência decrescente, ou pelo menos estável”, de todos os indicadores epidemiológicos.

“É certo que ainda não podemos observar a totalidade do efeito das medidas que tomámos”, disse a ministra da Saúde, que afirmou, no entanto, que “os objectivos do confinamento foram genericamente cumpridos: desacelerar a transmissão da infecção e manter a capacidade do nosso sistema de saúde”. Contudo, Marta Temido reconheceu que “as medidas têm o seu ponto de saturação e o confinamento também tem efeitos adversos”, defendendo o desconfinamento gradual em curso.

Testes em creches e lares de idosos praticamente concluídos

A ministra da Saúde informou que, nos últimos cinco dias, têm sido feitos, “em média”, mais de 15.800 testes de diagnóstico. No dia 13 de Maio foram realizados 17.500, o dia com mais testes desde o início da pandemia.

Quanto aos testes em creches e em lares de idosos, Marta Temido afirmou que os procedimentos estão quase concluídos. De acordo com a ministra da Saúde, na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte “os testes em lares estão concluídos e os testes em creches estão praticamente concluídos”. Nas ARS de Lisboa e Vale do Tejo e do Alentejo, os testes em lares de idosos terminam a 22 de Maio. Nas ARS do Centro e do Algarve, os testes também estão quase concluídos.

Marta Temido aproveitou para alertar que “o teste é apenas um elemento, de forma nenhuma dispensa o cumprimento das regras da Direcção-Geral da Saúde” para este tipo de estabelecimentos. Sobre as visitas aos lares, a ministra recordou que “é muito importante que se mantenha o cumprimento de regras simples, mas indispensáveis”.

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, dirigiu uma mensagem aos pais que estão preocupados com a reabertura das creches. “Queremos dirigir uma palavra de tranquilidade aos pais. Temos um plano para sermos muito interventivos perante o aparecimento de um caso positivo. Até à data, as crianças que temos tido doentes em Portugal tiveram todas uma evolução positiva”, garantiu.

Número de recuperados poderá ser superior ao reportado

“Haverá um número de casos recuperados superior àquele que diariamente é reportado no relatório”, afirmou a ministra da Saúde, Marta Temido.

“Dentro de poucos dias estaremos prontos para fornecer informação relativa aos casos que, tendo sido seguidos em domicílio por apresentarem uma doença ligeira a moderada, não só recuperaram clinicamente como tiveram um teste negativo”, explicou Graça Freitas, directora-geral da Saúde.

O Ministério da Saúde está a desenvolver uma plataforma onde os profissionais de medicina geral e familiar que acompanharam doentes em domicílio poderão inserir os dados relativos aos casos de recuperação.

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