Morreu Fred Willard, lenda da comédia

Interpretou Frank Dunphy, o pai de Phil na série Uma Família Muito Moderna e em Wall-E, o filme da Pixar sobre um robô no futuro, foi a única personagem não-animada.

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Fred Willard, veterana lenda da comédia, morreu esta sexta-feira, aos 86 anos LUSA/PAUL BUCK

O cómico Fred Willard, cuja carreira começou nos palcos anos 1950 e continuou na televisão e no cinema nas décadas seguintes, morreu na sexta-feira à noite, aos 86 anos, anunciou a família no sábado. Em termos de papéis mais conhecidos do grande público, fez de Frank Dunphy, o pai de Phil na série Uma Família Muito Moderna e em Wall-E, o filme da Pixar sobre um robô no futuro, foi a única personagem não-animada.

A filha do actor, Hope Mulbarger disse no Twitter que o pai morreu pacificamente, e não revelou a causa da morte: “Ele continuou sempre a trabalhar e a fazer-nos felizes até ao fim. Vamos ter muitas saudades dele”. O “sempre a trabalhar não é exagero": ainda este mês, no dia 29, estrear-se-á Space Force, série cómica da Netflix co-criada por Steve Carell e Greg Daniels com ele. No ano passado, participou na série de sketches I Think You Should Leave with Tim Robinson. Fazia de um organista substituto num funeral, só a tocar sons inapropriados para a ocasião. Ainda esta última semana, o próprio Willard tinha escrito no Twitter sobre as mortes de duas outras lendas da música e da comédia: Little Richard e do seu “bom amigo” Jerry Stiller, respectivamente.

Em televisão, fez parelha com Martin Mull nos influentes falsos talk shows Fernwood 2 Night e America 2 Night, no final dos anos 1970, e apareceu em séries cómicas como Sarilhos com ElasRoseanne, ao lado de Mull, ou Todos Gostam do Raymond, que lhe valeu, tal como Uma Família Muito Moderna, nomeações para os Emmy. Apresentou Saturday Night Live no final dos anos 1970, e fez inúmeras aparições no Tonight Show de vários apresentadores, fosse ao lado de o lado de Vic Grecco, de quem se separou em 1968, ou sozinho ao longo dos anos. Participou em inúmeros outros talk shows nocturnos verdadeiros, seja como convidado ou actor cómico, e, nos anos 1980, teve o seu próprio talk show diurno, What's Hot, What's Not, que lhe valeu também uma nomeação para um Emmy.

Durante a sua longa carreira, que inclui mais de 300 séries ou filmes, trabalhou com realizadores como Jacques Demy, apareceu nos dois Anchorman, de Adam McKay, e em sagas como Harold and Kumar e Austin Powers. É frequentemente associado ao trabalho de Christopher Guest, com quem colaborou desde os anos 1980. Primeiro em This is Spinal Tap, de Rob Reiner, em que Guest era só actor, e depois nos vários mockumentaries (e não só) improvisados que Guest realizou desde Waiting For Guffman, de 1996, como Best in Show ou A Mighty Wind. Guest sabia aproveitar particularmente bem Willard, não só como um actor cómico para quem a comédia surgia naturalmente, mas também como alguém exímio a fazer rir ao interpretar personagens com muito pouca piada. Não era raro ver os outros actores a tentarem não se desmanchar em riso ao lado dele.

Com Lusa

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