Em dias sem aulas, 55% dos adolescentes passam quatro horas nas redes sociais

Uso de jogos electrónicos também é elevado entre estudantes dos 13 aos 18 anos. O jogo a dinheiro tem alguma expressão, sobretudo entre os rapazes.

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Rui Gaudencio

A covid-19 ainda não se propagara, forçando o mundo a recolher-se dentro de casa, e já os adolescentes passavam muito tempo na Net. Não havendo aulas, mais de metade despende mais de quatro horas nas redes sociais e quase um terço dedica tal tempo aos jogos electrónicos.

O retrato dos adolescentes agarrados ao computador, ao tablet ou ao telemóvel emana do Estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco, Droga e outros Comportamentos Aditivos e Dependências – 2019. Tem por base um inquérito que envolveu 26319 estudantes entre os 13 e os 18 anos, de 1550 turmas, de 734 escolas do ensino público.

Quase todos (96%) acederam a redes sociais na semana anterior a terem respondido o inquérito, em sala de aula, de forma anónima. A grande maioria (72%) jogou jogos electrónicos no mês precedente. E alguns (13%) até tinham jogado a dinheiro nos doze meses transactos.

Na semana que antecedeu o inquérito, um indicador que permite perceber comportamentos regulares, “55% acederam a redes sociais durante quatro ou mais horas num dia sem escola”. Nos dias de escolas, tal percentagem descia, mas ainda alcançava 32%.

O estudo revela também a proporção que, no mês anterior, passara quatro ou mais horas por dia a jogar jogos electrónicos: ascendia a 29% nos dias sem escola e a 11% nos dias de escola. Olhando só para a semana anterior, um terço jogara numa base diária ou quase diária.

O relatório síntese, divulgado esta terça-feira à tarde pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), traz ainda alguns dados sobre jogo a dinheiro. E esses mostram que os adolescentes fazem apostas desportivas e jogam na lotaria, sobretudo, mas também jogam cartas ou dados e slot machines.

No jogo a dinheiro, os autores do estudo extraem uma diferença de género e idade. São mais os rapazes (21,7%) do que as raparigas (5,6%). E tal prática aumenta com o passar dos anos: 5,1% aos 13 anos, 7% aos 14, 10,3% aos 15, 14,0% aos 16, 16,8% aos 17, 20,9% aos 18.

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