Há uma plataforma com todos os projectos BIP/ZIP que fazem frente à pandemia

Com a crise provocada pelo novo coronavírus, vários projectos BIP/ZIP alteraram-se para fazer face às novas necessidades da população e estão agora reunidos numa plataforma para que todos conheçam as respostas que existem nos seus territórios. A edição 2020/2021 deste programa municipal será direccionada ao pós-pandemia, com foco na resposta às situações de emergência que irão surgir.

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Rui Gaudencio

Quando a pandemia chegou, os projectos do programa municipal BIP/ZIP — que actua em bairros carenciados de Lisboa — também tiveram de se reinventar. Da produção de máscaras, ao apoio psicológico e combate ao isolamento, à distribuição de alimentos, 61 projectos que procuram dar resposta aos efeitos da pandemia estão agora reunidas numa plataforma, onde pode ficar a conhecer todo o apoio a que pode recorrer na sua freguesia ou área de residência.

Com o confinamento e o isolamento físico que eram pedidos dada a crise sanitária​ provocada ​pelo novo coronavírus, “as organizações acabaram por reconverter as suas actividades mais lúdicas em respostas de solidariedade”, diz a vereadora da Habitação e do Desenvolvimento Local, Paula Marques.

Neste mapa de projectos, que segundo a autarquia envolvem mais de 200 entidades, cabem aqueles que estão agora a prestar informação sobre as medidas excepcionais que o Governo definiu para combater os efeitos económicos e sociais da pandemia, como o layoff ou as moratórias das rendas. E os que se dedicaram à produção de material hospitalar e de máscaras sociais, mas também respostas culturais, workshops online para entreter os miúdos ou ajudá-los no estudo em casa. 

O projecto Incubadora Popular d'Ajuda, por exemplo, está neste momento a prestar apoio jurídico sobre as autorizações temporárias de residência para imigrantes e os direitos dos trabalhadores em tempo de covid-19. Mas estão também a acompanhar telefonicamente famílias da freguesia, segundo a informação que consta na plataforma, onde estão também disponíveis contactos que pode usar, caso precise dos serviços. 

“O que fizemos foi verter para esta plataforma os projectos BIP/ZIP que reformularam respostas por causa da covid-19 e outras iniciativas das comunidades locais”, nota a vereadora. As respostas ao nível do apoio psicológico e alimentar surgiram com força na primeira linha de amparo às famílias e comunidades. “Não nos passava pela cabeça que pudéssemos ter uma situação de fome e dificuldade de acesso aos bens alimentares na cidade e temos”, frisa Paula Marques. 

Por isso mesmo, a próxima edição do programa BIP/ZIP, que cumpre agora dez anos, está também a ser revista na sua forma, uma vez que as assembleias de moradores e reuniões com as associações — grandes pilares deste processo participativo — terão agora de ser realizadas pelos meios digitais. Mas principalmente no seu conteúdo, uma vez que a edição 2020/2021 terá de ser direccionada ao pós-pandemia, com foco na resposta às situações de emergência que irão surgir. “Vamos viver o efeito da covid-19 ainda durante bastante tempo, e tendo muito presente a crise económica e social que vamos passar”, nota a vereadora, que espera apresentar a proposta da nova edição do programa em reunião de câmara, ainda no final deste mês. 

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