Governo promete reforço da vigilância e aposta em drones

O Governo diz que não houve redução de meios disponíveis, mas admite que esse é um cenário possível. Entre as medidas de reforço estarão 12 drones no terreno a partir do final de Junho.

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Em 2017, os incêndios provocaram mais de uma centena de mortes e queimaram mais de 440 mil hectares de floresta Nelson Garrido

O ministro do Ambiente afirmou esta segunda-feira que haverá um reforço da vigilância para prevenção de incêndios florestais, com sete mil elementos no terreno e com a aquisição de mais 12 drones de grande alcance, com uma bateria que dura entre 6h e 8h e com um raio de acção de 100 quilómetros a partir do ponto onde são comandados. O Governo conta colocar os drones no terreno a partir do final de Junho.

“Decidimos reforçar de forma clara a vigilância para assegurar que, assim que venha a ocorrer um incêndio, ele seja combatido no menor espaço de tempo possível. Vamos garantir que os cerca de sete mil elementos no terreno, de diferentes corpos, todos eles irão agir de forma articulada nessa mesma vigilância”, declarou o ministro do Ambiente e da Transição Energética no final da reunião do Conselho de Coordenação daAgência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), que foi presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

Na reunião ficou também a ideia de que, até ao momento, não se perspectiva uma redução de meios humanos para o combate aos incêndios em consequência da actual pandemia de covid-19, declarou o ministro. No entanto, o governante admite que não é possível garantir que não haverá uma redução de meios disponíveis.

Já o presidente da AGIF, Tiago Oliveira, defendeu que, “mais do que nunca, este ano é importante reduzir o número de incêndios nos dias mais críticos”. “Se houver menos incêndios, menor a necessidade de se mobilizarem recursos”, declarou. Perante a actual pandemia de covid-19, Tiago Oliveira referiu que, no plano operacional, “terão de existir adaptações” que não prejudiquem o combate.

“A Protecção Civil tem um conjunto de preocupações que tem transmitido aos corpos de bombeiros. Pela parte da AGIF, temos um conjunto de recomendações que estamos a validar junto da Direcção-Geral da Saúde”, referiu.

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Essas recomendações serão depois transmitidas “transversalmente a todas” as entidades e, de acordo com o presidente da AGIF, “a regra do distanciamento social vai aplicar-se, naturalmente garantindo que não haverá impacto na operação”. “Estamos a tentar perceber como nos vamos ajustar. Estamos a olhar de frente para o problema, tendo como objectivo principal reduzir o número de ignições”, concluiu.

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