Governo pede reunião à CP para discutir condições de transporte para Azambuja

Também o grupo de deputados do PS eleitos pelo círculo de Lisboa questionou o ministro das Infra-estruturas sobre as medidas de segurança que estão a ser estudadas para as linhas de Azambuja, Cascais e Sintra.

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Uso de máscaras nos transportes públicos é obrigatório LUSA/ANTONIO COTRIM

O Governo vai pedir uma reunião à CP - Comboios de Portugal para discutir as condições de transporte dos passageiros que trabalham nas empresas de logística de Azambuja, devido aos casos da covid-19, foi anunciado esta segunda-feira.

A informação foi adiantada aos jornalistas pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, que coordena à resposta à covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, no final de uma reunião com a Câmara Municipal de Azambuja, no distrito de Lisboa, autoridades de saúde e representantes das empresas da plataforma logística para discutir os casos da covid-19 que surgiram na zona.

“Saímos desta reunião com a necessidade de marcar uma reunião com a CP no sentido de adoptar um comportamento mais pedagógico relativamente aos trabalhadores dos transportes públicos, quanto à aglomeração que eles têm, nomeadamente à saída da estação e à verificação da utilização dos transportes públicos”, apontou.

A preocupação com as condições dos transportes públicos, nomeadamente dos comboios, nos quais milhares de trabalhadores se deslocam para o concelho de Azambuja, já tinha sido manifestada pelo presidente da autarquia, Luís de Sousa (PS), e foi também enunciada pelas empresas.

Há uma semana, numa resposta escrita enviada à Lusa, fonte da CP ressalvou que a empresa “tem em curso, desde o mês de Março, uma ampla operação de higienização e desinfecção dos comboios, que já abrangeu, no último mês, mais de 14.100 intervenções na sua frota”.

Segundo o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, a solução passa agora por “monitorizar a situação nos próximos dias e actuar na respectiva proporcionalidade”.

“Neste momento o tempo é de monitorização. É de olhar atento para a situação de Azambuja. Não temos tido evolução, mas se tivermos iremos avaliar as medidas. As medidas devem ser proporcionais e ajustadas à dimensão da situação”, sublinhou.

No dia 2 de Maio a empresa de produtos alimentares Avipronto, situada na Plataforma Logística de Azambuja, fechou provisoriamente, depois de terem sido detectados 38 casos positivos de infecção pelo novo coronavírus entre os funcionários.

Depois de terem sido realizados os testes aos 300 funcionários da empresa, foram detectados 101 casos positivos. Entretanto, a empresa retomou esta segunda-feira a laboração com cerca de 30 trabalhadores, divididos em dois turnos.

Deputados do PS também questionam Governo

O anúncio surge no mesmo dia em que o grupo de deputados do PS eleitos pelo círculo de Lisboa questionou o ministro das Infra-estruturas e da Habitação sobre a segurança dos trabalhadores e passageiros dos comboios das linhas de Azambuja, Cascais e Sintra.

Na pergunta enviada ao ministro Pedro Nuno Santos, os socialistas sublinham “os problemas crónicos, tanto da linha de Sintra como da linha de Cascais”, nomeadamente na lotação nas horas de ponta, na “supressão frequente de comboios previstos nos horários em vigor, falta de condições de abrigo em muitas paragens, deficientes condições de higiene e salubridade em muitas estações, material circulante obsoleto, falta de recursos humanos para apoio de passageiros, sistema de bilhética obsoleto com máquinas muitas vezes avariadas – e da linha da Azambuja”.

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