Sérgio Sant’Anna: “Eu não peço desculpas”

Sérgio Sant’Anna morreu aos 78 anos em plena fase criativa. Foi interventivo até ao fim. “Talvez consiga convencer alguém”, afirmou numa conversa com o PÚBLICO em Julho de 2019, na sua casa do Rio de Janeiro. Falou da sua literatura e da literatura dos outros. Ela era o seu principal prazer e por ela jamais pediria perdão.

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Sérgio Sant’Anna na Festa Literária Internacional de Paraty em 2018 walter craveiro/flip

Não era para ter vinho nem uma mesa cheia de comida. Ao descer de Santa Teresa até Laranjeiras, passando pelo túnel de Santa Bárbara, que divide o Centro da zona Sul do Rio de Janeiro, a expectativa era a de uma conversa com Sérgio Sant’Anna sobre a sua escrita e a relação com a cidade mais constante da sua vida, o convívio com alguns escritores, incluindo Clarice Lispector, sobre ser um escritor no momento actual do Brasil. Nos dias anteriores tinha chovido muito, houve rajadas de vento, mas naquele início de tarde estava calor e uma calma de sábado numa rua sobretudo residencial, com muitas sombras de árvores, mercearias, um ou outro velho sentado nos bancos ao longo dos passeios. E havia um cheiro forte a terra. 

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