Covid-19: morreram mais 12 pessoas em Portugal e há 138 novos infectados

Já morreram 1126 pessoas com covid-19 desde o início da pandemia em Portugal. Nas últimas 24 horas o número de novos casos subiu 0,5%.

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Paulo Pimenta
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O sintoma mais prevalente continua a ser a tosse Manuel Roberto
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Adriano miranda

Foram registadas 12 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. São mais três mortes do que aquelas que foram reportadas sexta-feira em que foram registadas nove óbitos. Ao todo, morreram 1126 pessoas com covid-19 desde o início da pandemia em Portugal, revelam os dados deste sábado do boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Há um total de 27.406 casos confirmados, 138 dos quais identificados nas últimas 24 horas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 0,5%.

Ao todo, há 26.667 contactos em vigilância pelas autoridades. O sintoma mais prevalente continua a ser a tosse (identificado por 42% dos casos infectados), seguido de febre e dores musculares.

A ministra de Saúde, Marta Temido, abriu a conferência de imprensa da DGS deste sábado notando que a taxa de letalidade por covid-19 em Portugal situa-se nos 4,1%, subindo para 15% em pessoas acima dos 70 anos.

“A curva de mortalidade por covid-19 mostra uma diminuição consistente desde o dia 15 de Abril de 2020 o que também é bastante relevante”, destacou a ministra da Saúde, Marta Temido durante a conferência de imprensa diária de actualização do estado da pandemia em Portugal. O actual foco das autoridades de saúde é definir regras para o retorno à vida normal, em particular o recomeço da actividade económica e a reabertura de algumas instituições de ensino. 

Desde a chegada do surto em Portugal, 2499 pessoas já recuperaram (mais 77 do que na sexta-feira). Para se ser considerado “curado”, é preciso um teste negativo, caso estiverem a ser tratados em casa, ou dois se estiverem internadas num hospital.

Quando às vítimas mortais, a maioria (cerca de 87%) tem pelo menos 70 anos de idade. O boletim da DGS dá ainda conta de menos 27 pessoas internadas em relação a sexta-feira. Ao todo, há 815 pessoas internadas, 120 nos cuidados intensivos (menos sete do que sexta-feira). 

A região norte continua a ser a mais afectada pelo novo coronavírus, com 15.854 casos de infecção e 645 mortes. Na região de Lisboa e Vale do Tejo há 7166 casos e 238 mortes e, no Centro, há 3581 casos e 215 óbitos. O Algarve tem 345 casos e 13 mortes. Já o Alentejo conta 235 infectados e mantém uma única morte registada. Os Açores têm 135 casos e 14 mortes e o arquipélago da Madeira soma 90 casos e continua sem registar nenhum óbito.

Lisboa continua a ser o concelho com mais casos (1724 infectados no total), o que corresponde a um aumento de cerca 1,4% em relação ao dia anterior. É o concelho com mais casos. Segue-se Vila Nova de Gaia com 1448 casos de infecção; e o concelho do Porto com 1300 casos confirmados.

Os dados da DGS dizem respeito aos casos registados na plataforma Sinave, o que corresponde a 88% dos casos confirmados.

450 mortes em lares de idosos

Sobre a mortalidade em lares de idosos, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, diz que ocorreram até à data 450 óbitos nestas instituições: 243 na região norte, 134 na região centro, 69 na região de Lisboa e Vale do Tejo, um no Alentejo e três no Algarve. 

“Sabemos da literatura internacional que pelas suas características, pelo tipo de população que têm, e pelo facto da população estar concentrada, existe, de facto, mortalidade nestas instituições”, admitiu a directora-geral de saúde, Graça Freitas,  notando, porém, que se trata de uma “percentagem abaixo do que é reportado noutros países" onde se registam taxas de mortalidade de 50% em instituições residenciais de idosos. Em Portugal, a percentagem aproxima-se dos 40%.

“[A percentagem em Portugal] reflecte, creio eu, o que tem sido o cuidado intensivo de todas as entidades junto destas instituições”, continuou Graça Freitas, notando que os lares foram considerados “instituições prioritárias” desde o começo da pandemia no país. 

É cedo para avaliar impacto do desconfinamento

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, diz que é cedo para uma análise sobre o impacto do desconfinamento. “Até agora, os números são encorajadores, mas temos de esperar mais uns dias”, disse a directora-geral da saúde, na conferência de imprensa diária de actualização do estado da pandemia em Portugal.

A primeira discussão sobre o tema está agenda para a próxima quinta-feira, durante a reunião semana entre figuras políticas e especialistas do Infarmed. A reunião costuma ocorrer às terças-feiras, mas foi adiada dois dias para poder avaliar o retorno à normalidade em Portugal.

“Desconfinar não é relaxar”, frisou, no entanto, Graça Freitas, repetindo o apelo do secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales esta sexta-feira. 

Para a directora-geral da Saúde é importante “retomar vida social, relacional e económica dentro do possível”, mas é fundamental manter “novos comportamentos” que foram aprendidos durante o período de confinamento a respeito do isolamento social. “Não podemos relaxar de forma nenhuma”, disse Graça Freitas, reconhecendo que “há assimetrias” e “focos” de covid-19 no país e que é preciso agir rapidamente sobre novos focos.

A ministra da Saúde Marta Temido diz que Portugal está preparado para uma eventual subida dos casos e que não há falta de camas nos cuidados intensivos. O Sistema Nacional de Saúde SNS tem, actualmente, 713 camas de unidades de adultos nos cuidados intensivos. Há dois meses havia 528. “É um aumento de 35% desde praticamente 60 dias”, destacou a ministra Marta Temido, notando que a taxa de ocupação se situa nos 50%. "E gostava de ser muito precisa sobre isto, porque sobre como saberão temos feito um esforço de obtenção de ventiladores e de alocação de recursos humanos de cuidados intensivos de modo a garantir que a nossa capacidade enquanto país melhora”

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