Os cenários-limite da F1: acabar a época em 2021 ou cancelá-la

Para fechar a temporada até Dezembro, o plano é aproveitar o mês de Agosto e procurar novas paragens.

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Chase Carey continua relativamente optimista Reuters/Tracey Nearmy

Há pelo menos três cenários em cima da mesa dos responsáveis de Fórmula 1: o mais favorável, que passa por terminar a época actual a tempo e horas, um alternativo que minimiza os efeitos da covid-19, que prevê concluir o Mundial em 2021, e o mais drástico dos três, que implica a anulação da temporada. Esta terceira via, porém, parece estar por enquanto relativamente distante. 

Numa conversa que manteve na quinta-feira com os investidores, o director da F1, Chase Carey, mostrou-se empenhado em terminar a temporada não em Novembro, mas em Dezembro. Para isso, prevê eliminar a habitual pausa de Agosto e acrescentar novas paragens ao calendário, para compensar o cancelamento de provas como a da Austrália e do Bahrein. 

“Temos trabalhado de forma incansável com os nossos promotores para pormos em prática o calendário de 2020. Temos dois desafios principais: identificar locais onde possamos fazer corridas e encontrar forma de transportar todo o equipamento necessário”, assinalou Carey, citado pelo Autosport

No melhor dos cenários, o Mundial 2020 arrancará em Julho, com um duplo Grande Prémio da Áustria, nos dois primeiros fins-de-semana do mês. A Europa, de resto, será o ponto de encontro da primeira fase do campeonato, sendo a intenção da organização manter-se no continente até Setembro. Posteriormente, o circo da F1 rumará à Ásia e à América, devendo terminar em Abu Dhabi, em Dezembro.

Para que um Campeonato do Mundo de Fórmula 1 seja homologado, é obrigatório disputar pelo menos oito corridas. A expectativa de Chase Carey é realizar 15 a 18 Grandes Prémios, não excluindo a possibilidade de uma derrapagem até 2021. “Abordámos o tema, mas o objectivo é terminar em meados de Dezembro, antes das férias. A nossa intenção é que 2021 se pareça com o 2021 que idealizámos em Janeiro”. 

Para os responsáveis da F1, é claro que as provas que vão decorrer na Europa serão disputadas sem público, ainda que haja a esperança de receber espectadores nos circuitos na parte final da temporada. Até porque, nesta altura, todas as receitas são importantes, para minimizar o impacto da pandemia, que fez cair em 84% o volume dos proveitos neste ano.

“Estamos cada vez mais confiantes, embora não haja garantias, de que vamos ter mesmo um campeonato em 2020”, acrescentou Chase Carey, não colocando de parte o cenário de cancelamento, mas reforçando que a F1 está “a tentar adaptar-se à nova realidade de diversas formas”.

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