Lucro trimestral da REN cai 67,5% para 4,3 milhões

Peso da taxa extraordinária da energia nas contas aumentou e foi de 28,2 milhões. REN diz que a taxa efectiva de imposto do grupo subiu para 43,9% no primeiro trimestre

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A empresa chinesa State Grid tem 25% da REN rui gaudencio

A REN anunciou esta quinta-feira que o resultado líquido do primeiro trimestre caiu 67,5%, para 4,3 milhões de euros.

A empresa que gere o sistema energético nacional salientou o facto de o resultado líquido continuar “a ser prejudicado pelo pagamento da taxa extraordinária” da energia, que “elevou a taxa efectiva de imposto do grupo para 43,9%”.

A liquidação da contribuição extraordinária sobre o sector energético (CESE) passou a incluir a distribuidora de gás Portgás e a REN desembolsou um total de 28,2 milhões de euros, acima dos 25 milhões de euros que tem pago todos os anos desde que a taxa foi criada, apesar de a contestar na justiça.

“Desde a sua introdução, em 2014, a REN já entregou ao Estado 180,1 milhões de euros [de CESE]”, destaca a empresa no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) da REN caiu 5,1%, para 119 milhões de euros. A empresa explica que o desempenho operacional foi prejudicado pela diminuição do retorno dos activos regulados, devido à menor remuneração das Obrigações do Tesouro, mas também por “uma estrutura regulatória mais exigente no gás”.

Ainda assim, destaca o contributo positivo da distribuidora Portgás e dos negócios no Chile, a Transemel e a Electrogas.

Neste período, a REN reforçou o investimento, que subiu 60,5%, para 27 milhões de euros, comparando com o primeiro trimestre de 2019. A empresa diminuiu a dívida líquida em 75,7 milhões de euros face a Dezembro, para cerca de 2750 milhões.

A REN destaca ainda o facto de não ter sofrido, neste período de crise de saúde pública, qualquer impacto na segurança de abastecimento das suas infra-estruturas de rede, mesmo com 70% das equipas em teletrabalho.

A empresa liderada por Rodrigo Costa anunciou também que a assembleia-geral de accionistas, realizada esta quinta-feira por modo remoto, aprovou a distribuição de dividendos no montante de 114 milhões de euros (a partir de reservas acumuladas disponíveis), assim como a distribuição aos trabalhadores do grupo de 3,5 milhões.

Para resultados transitados foram transferidos 118,6 milhões de euros (a REN registou um resultado líquido de 118,8 milhões em 2019).

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