Tiago Antunes: “Creio que saberemos vencer esta crise à esquerda”

Tiago Antunes diz que o executivo continua a contar com a esquerda parlamentar e defende que os desafios do programa de Governo ganham agora mais actualidade.

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Nuno Ferreira Santos
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O secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro acredita que é à esquerda que o Governo vai continuar a encontrar aliados para o resto da legislatura. Tiago Antunes, que trabalha lado a lado com António Costa, defende que o Governo não ficou sem programa por causa da crise económica e social aberta pela pandemia.

“O Governo nunca teve dúvidas sobre onde estavam os seus parceiros. Nós falamos com todos. Agradecemos, nesta fase difícil, o contributo de todos, estamos disponíveis para considerar todas as propostas e aferir a sua viabilidade e creio que tem sido muito útil, salutar e importante este clima de unidade em torno deste desafio que temos pela frente, mas sempre soubemos onde estavam os nossos parceiros na AR. (...) Desse ponto de vista, as circunstâncias não mudaram para o Governo”, diz o secretário de Estado na entrevista que deu ao PÚBLICO/Renascença. “Se soubemos vencer a última crise à esquerda, creio que saberemos vencer esta crise à esquerda”, atira o governante.

Um dos testes políticos que se seguirão no Parlamento será a votação do Orçamento Suplementar, no qual a esquerda não quer soluções que soem a austeridade. O Governo diz que há ainda muita incerteza sobre os impactos da pandemia na economia e nas contas públicas e, por isso, o Orçamento Suplementar só vai chegar no Verão, “ainda nesta sessão legislativa”. Tiago Antunes revela que o Governo gostaria de conhecer a força da resposta europeia até lá, mas admite que os calendários europeus são difíceis de antecipar. “Desejavelmente, se o conseguíssemos fazer [o Orçamento Suplementar] já com ideias claras do que vai ser essa resposta europeia, melhor”, diz.

O plano de relançamento económico que a Comissão Europeia apresentar será importante para a acção do Governo. No entanto, o secretário de Estado rejeita que o executivo tenha ficado sem programa de Governo. “Vai ser preciso encontrar mecanismos para responder a novas necessidades que não se anteviam”, defende, acrescentando que “qualquer um dos desafios [combate às desigualdades, alterações climáticas, sociedade digital] ganha nova actualidade. É certo que sob um novo olhar, sob um novo prisma, mas temos programa até ao final da legislatura”.

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