Exército tem protótipo de câmara de descontaminação portátil

Serve para desinfectar as máscaras respiratórias e conseguir a reutilização daqueles meios de protecção individual.

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O general Nunes da Fonseca durante a audição LUSA/MÁRIO CRUZ

O Exército já tem ultimado o protótipo de uma câmara de descontaminação portátil com o objectivo de desinfectar as máscaras de respiração, revelou esta terça-feira o Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Nunes da Fonseca.

“Foi desenvolvida pelo Centro de Investigação da Academia Militar”, explicou o CEME aos deputados da comissão parlamentar de Defesa Nacional, no âmbito dos esclarecimentos em audição sobre a actividade dos diversos ramos no combate à pandemia do novo coronavírus.

Este projecto, desenvolvido com diversas parcerias, entra as quais a da Fundação para a Ciência e Tecnologia, permitirá a reutilização das máscaras respiratórias, uma das peças do equipamento de protecção individual com maior rotatividade de gasto.

Por outro lado, o chefe do Exército anunciou os novos números do empenho do Laboratório Militar, quanto à produção de gel alcoolizado e de testes. Foram já produzidos 97 mil litros de desinfectante e o número de testes realizados é de 977.

Entre os efectivos, foram registados 34 casos de infecção pelo SARS-CoV-2, metade dos quais já recuperados. Incluindo dois militares das Forças Nacionais Destacadas do Afeganistão e que já cumpriram a bateria dos dois últimos testes. “Vão ter alta em breve”, anunciou.

A adaptação do Exército à pandemia, através do seu plano de contingência, passou por colocar 74% dos efectivos em casa, em regime de prontidão e de teletrabalho, por cancelar treinos e aulas nos estabelecimentos de ensino, e pela retirada dos efectivos de instrução que estavam no Iraque. 

Quanto à educação militar, o general Nunes da Fonseca revelou que a 18 de Maio, tal como ocorre com os alunos do 11.º e 12.º anos do secundário, os estudantes da Academia Militar e dos Pupilos do Exército voltam ao regime de aulas presenciais.

Entre as missões efectuadas pelo Exército ao abrigo do estado de emergência, numa panóplia de acções de colaboração respondendo a 252 solicitações de várias entidades, o militar assinalou as operações de transporte, com 33 viaturas que percorreram 9500 quilómetros, a montagem de 76 tendas e 4500 camas e o serviço de 3400 refeições aos sem-abrigo de Lisboa.

Em seis lares foram efectuadas desinfecções e o CEME precisou que estas operações também previstas para 278 escolas envolvem um total de 300 militares de 62 equipas. Este processo, explicou, vai ser continuado pela distribuição de gel e de equipamentos de protecção individual naqueles estabelecimentos de ensino. 

Quanto ao incidente verificado num lar de Vila Real, entre um agente da PSP e um militar armado aquando da desinfecção daquelas instalações, o responsável do Exército admitiu que não está resolvido. “Não está completamente esclarecido”, destacou.

Na origem do incidente está o pedido de identificação de um militar armado por um agente policial. Os militares não estão impedidos de dispor de armas para o cumprimento das suas missões e não há disposição que permita a identificação pela PSP de militares armados, argumentou o general Nunes da Fonseca. 

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