Utilização de viseira não dispensa o uso de máscara, avisa Graça Freitas

Durante a conferência de imprensa habitual para a actualização das informações da covid-19, a directora-geral da Saúde afirmou que as viseiras devem ser utilizadas juntamente com outro ‘método-barreira’ que permita tapar também a boca e o nariz.

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Desde este domingo que é obrigatório o uso de máscaras comunitárias em alguns espaços LUSA/RODRIGO ANTUNES

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse esta segunda-feira que a utilização de viseiras de protecção não dispensa o uso de máscaras comunitárias pela população em geral. “[A viseira] protege muito bem os olhos, protege muito bem o nariz, mas a boca já não protege tão bem, porque é aberta em baixo, e existem gotículas expelidas através do espirro, da tosse, ou mesmo da fala. Deverá ser sempre usada complementarmente com um ‘método-barreira’ que permita tapar a boca e o nariz”, disse.

Desde este domingo que é obrigatório o uso de máscaras comunitárias em espaços onde exista maior concentração de pessoas, caso dos transportes públicos, dos estabelecimentos comerciais e das escolas.

Durante a conferência de imprensa habitual para a actualização das informações da covid-19, a directora-geral da saúde apelou a uma atenção particular no uso das máscaras, avançando que não devem ser “manuseadas”. “Devem pôr-se com muito cuidado com os elásticos e devem ser retiradas com igual cuidado. Usar máscara quando está indicado sim, mas usá-la com muita precaução para não a conspurcar demasiado, ou não a conspurcar de todo”, referiu.

Graça Freitas explicou que, no dia em que se inicia o desconfinamento, existem quatro medidas que os portugueses vão ter de continuar a praticar, independentemente do uso de equipamento de protecção individual. “Não nos podemos esquecer que, com máscara ou sem máscara, com viseira ou sem viseira, a regra do distanciamento físico se mantém. Temos de continuar a manter a disciplina. Mesmo com um ‘método-barreira’, temos de continuar a manter o distanciamento. Também se mantém a regra da higiene das mãos, uma vez que todos sabemos que são o grande veículo de transporte do vírus para outras partes do corpo e para outras superfícies”, reiterou a directora-geral da Saúde. 

Outra regra mencionada por Graça Freitas passa pelas questões relacionadas com a etiqueta respiratória, independentemente do uso de máscara ou viseira. A responsável pela autoridade da saúde esmiuçou ainda a questão da utilização de máscaras: “Desde o início que estabelecemos regras muito claras para a utilização de ‘métodos-barreira’ entre um emissor de partículas e um receptor de partículas e gotículas. Os ‘métodos-barreira’ mais eficazes, os chamados respiradores, são utilizados pelos profissionais de saúde em determinadas circunstâncias. As máscaras cirúrgicas também [são utilizadas] pelos profissionais de saúde, profissões equiparadas, cuidadores e doentes imunodeprimidos e, por fim, existem as máscaras comunitárias”, detalhou Graça Freitas.

Portugal contabiliza 1063 mortos associados à covid-19 em 25.524 casos confirmados de infecção. O país entrou este domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência.

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