O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que os médicos estavam preparados para anunciar a sua morte quando esteve nos cuidados intensivos, onde foi admitido a 6 de Abril, um dia depois de ter sido internado no hospital público de St. Thomas, em Londres.

Em entrevista ao jornal The Sun, Boris Johnson disse que o Governo britânico tinha um plano de contingência para a sua morte, enquanto ele lutava contra a covid-19 no mês passado, quando esteve três noites nos cuidados intensivos.

“Foi um momento difícil, não o vou negar. Tinham uma estratégia para lidar com um cenário de ‘Morte de Estaline'”, contou Boris Johnson, admitindo que “não estava particularmente em forma e estava ciente de que havia planos de contingência preparados”.

“Os médicos tinham todo o tipo de preparação para o que fazer se as coisas corressem muito mal”, disse.

O primeiro-ministro britânico confessou que não sabia como ia safar-se da situação. “Deram-me uma máscara, recebi litros e litros de oxigénio e durante muito tempo tive isso no nariz”, mas “os malditos indicadores continuavam a ir na direcção errada”.

“Foi difícil acreditar que em apenas alguns dias a minha saúde se tivesse deteriorado a tal ponto. Lembro-me de me sentir frustrado. Não conseguia compreender porque é que não estava a melhorar”, recordou.

Johnson ficou mais preocupado quando os médicos estavam “50/50” sobre se iam ou não pô-lo num ventilador. Nessa altura, relata, “começaram a pensar sobre como poderiam apresentar essa situação” ao público.

Foi graças a cuidados de saúde extraordinários que recuperou, diz, sem conseguir ainda perceber bem como se salvou da infecção pelo novo coronavírus. “Fico emotivo ao falar nisso... Foi uma coisa extraordinária.”

Boris Johnson recuperou e acabou por ter alta a 12 de Abril, depois de uma semana internado. O primeiro-ministro do Reino Unido regressou ao trabalho na semana passada.