O PÚBLICO no pós-estado de emergência

Os portugueses conhecem hoje melhor o vírus, os seus impactos e as melhores formas de se defenderem das infecções. A batalha ainda não está ganha, mas a forma como o país lidou com o primeiro choque da pandemia revela a existência de uma cidadania informada e responsável.

Poucos dias depois de se perceber que o país se confrontava com a nova e incerta ameaça das primeiras infecções da covid-19, o PÚBLICO tomou uma decisão importante: abriu todos os seus textos até então reservados aos assinantes e aboliu a paywall que limita o acesso de leitores a um número restrito de notícias.

O desafio que então se colocava exigia que suspendêssemos uma estratégia crucial para a nossa sustentabilidade económica em troca da prestação de um serviço público de particular sensibilidade e relevância. O acesso ilimitado à informação qualificada, cientificamente validada, isenta de sensacionalismo e preocupada em dar aos leitores conhecimento e meios para agirem responsavelmente sobrelevava nesses primeiros dias de Março qualquer outra questão atendível. 

As semanas seguintes comprovaram a bondade desta opção. Os nossos assinantes perceberam o que estava em causa e não questionaram uma decisão que, na prática, lhes retirava os privilégios da exclusividade no acesso a uma grande parte dos textos. Milhares de leitores perceberam a importância do nosso gesto e os riscos que a crise colocava à sustentabilidade do PÚBLICO (e dos demais jornais nacionais) e tornaram-se assinantes. E, em números nunca vistos na história do nosso jornal, milhões de portugueses recorreram ao PÚBLICO para se informarem sobre a natureza do vírus e as suas implicações na saúde humana, sobre as decisões dos poderes públicos para o controlarem, ou sobre os seus impactes no emprego e na economia.

Sete semanas e três estados de emergência depois, essa urgência em fornecer informação com a chancela de qualidade do PÚBLICO reduziu-se. Os portugueses conhecem hoje melhor o vírus, os seus impactos e as melhores formas de se defenderem das infecções. A batalha ainda não está ganha, mas a forma como o país lidou com o primeiro choque da pandemia revela a existência de uma cidadania informada e responsável.

No regresso à normalidade possívelvai continuar a ser fundamental estar a par da evolução da covid-19. É por isso que o PÚBLICO se compromete a manter abertos todos os textos que ajudem as pessoas a defender-se dos contágios, que os ponham a par das respostas da ciência, ou que lhes permitam saber das medidas das autoridades com impacto no seu quotidiano. ​

Mantendo este compromisso, o PÚBLICO considera, no entanto, haver hoje condições para regressar ao modelo que reserva os seus textos mais profundos e mais qualificados aos seus assinantes. Este regresso explica-se pelas novas circunstâncias da pandemia, mas também por uma questão de princípio: numa sociedade aberta e livre, são os cidadãos que viabilizam o jornalismo de qualidade. E a única forma de o fazerem é adquirindo o jornal impresso ou assinando as edições digitais. 

Com o fim do estado de emergência, o PÚBLICO recupera assim a partir do dia 4 de Maio as suas regras de acesso aos textos que publica. As notícias ou reportagens sobre a covid-19 que sejam essenciais para a protecção dos cidadãos e da saúde pública permanecerão abertas. Todas as notícias não exclusivas estarão disponíveis gratuitamente e sem limite para os leitores que se registarem. Mas os nossos artigos mais profundos ou as opiniões dos nossos colunistas serão de acesso exclusivo aos assinantes.

Neste passo que aqui assumimos com transparência, contamos com a vossa compreensão. E com o vosso apoio. 

Obrigado por estarem do nosso lado. 

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