O arcaísmo da CGTP resiste à pandemia

Sugerir que não é a catástrofe sanitária a origem dos problemas, antes o dolo de um patronato facínora que esfrega as mãos com a oportunidade, é um disparate

Celebrações em Lisboa do 1.º de Maio
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Celebrações em Lisboa do 1.º de Maio Miguel Manso
Fitas marcavam distância de cinco metros entre as filas
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Fitas marcavam distância de cinco metros entre as filas Miguel Manso
Muitas pessoas levaram equipamentos de protecção individual
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Muitas pessoas levaram equipamentos de protecção individual Miguel Manso
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Participantes procuraram manter distância de dois metros
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Participantes procuraram manter distância de dois metros Miguel Manso
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Adriano Miranda
Fotografias das celebrações em Aveiro
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Fotografias das celebrações em Aveiro Adriano Miranda
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Nuno Ferreira Santos
 Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, discursou por volta das 12h
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Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, discursou por volta das 12h Nuno Ferreira Santos
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Na Avenida dos Aliados, no Porto, celebrações também saíram à rua,Na Avenida dos Aliados, no Porto, celebrações também saíram à rua
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Na Avenida dos Aliados, no Porto, celebrações também saíram à rua,Na Avenida dos Aliados, no Porto, celebrações também saíram à rua Paulo Pimenta
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Paulo Pimenta
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Há muitas décadas que os trabalhadores portugueses não viviam um Primeiro de Maio com tanta ansiedade e incerteza. Já está fora do alcance da memória um tão violento processo de destruição de postos de trabalho como o que vivemos nas últimas semanas. Os layoff que rondavam as dezenas aumentaram subitamente para a casa dos milhares e hoje deverá haver já mais de meio milhão de portugueses nessa condição. Se sempre boas razões para celebrar o 1º de Maio, o quadro actual tornava esse ritual obrigatório. Até que a secretária-geral da CGTP decidiu fechar os olhos à causa das coisas, à origem do problema e transformou a data num regresso ao tempo das lutas operárias que já só existem na imaginação da militância histórica do PCP.

Isabel Camarinha afirma que a luta tinha de regressar à rua porque há uma “ofensiva que já está em marcha” do capital contra o trabalho. Porque vê nos apoios do Governo “medidas desequilibradas a favor das empresas e do grande capital”. No seu entendimento, a origem dos problemas com que centenas de milhar de trabalhadores se confrontam não é uma pandemia que parou o mundo, matou o turismo, encerrou lojas, fechou fábricas, arrasou a confiança e congelou a procura. Para a líder da CGTP tudo não passa de um “aproveitamento que alguns fazem do vírus para acentuar a exploração”. O dono do hostel que não tem clientes, o gestor da empresa de construção que não tem obras, o proprietário do restaurante que foi forçado a fechar portas não são vítimas da crise. Pelo contrário, são oportunistas que estavam há anos à espera do momento certo para punir os trabalhadores.

Na proliferação de casos de encerramentos ou de layoff houve abusos inaceitáveis e aproveitamentos que justificam o duro braço da lei. Mas entre excepções e a realidade profunda, vai uma grande distância. Exigir ao Governo vigilância, apelar aos trabalhadores a denúncia de violações da lei ou pedir aos patrões para que tentem salvar ao máximo os empregos como forma de salvar as suas empresas no futuro faz todo o sentido. Mas sugerir que não é a catástrofe sanitária a origem dos problemas, antes o dolo de um patronato facínora que esfrega as mãos com a oportunidade, é disparate. Porque não nos convida a todos, trabalhadores e patrões e sindicatos, funcionários públicos ou do privado, a concentrar atenções na origem dos problemas e encontrar respostas. Antes fomenta a ideia com cheiro a mofo que isto só vai lá com luta contra os malvados dos patrões. Era tão simples se assim fosse…

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