Covid-19 já originou seis mortes no lar da Misericórdia de Alverca

Instituição tem 67 infectados, mas quase metade não têm sintomas.

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Paulo Pimenta

Seis utentes do principal lar da Misericórdia de Alverca infectados com a covid-19 faleceram nos últimos dias. Tinham idades compreendidas entre os 80 e os 97 anos e cinco deles estavam internados no Hospital de Vila Franca de Xira, para onde foram encaminhados devido ao agravamento da sua situação. A instituição alverquense tem actualmente 47 casos confirmados de covid-19 entre os seus 90 idosos e mais 20 casos de infecção entre os 65 funcionários. Mas perto de 30 utentes nunca revelaram sintomas ou apresentaram sintomas muito ligeiros e deverão ser novamente testados nos próximos dias para perceber se ainda mantêm, ou não, a infecção.

João Gaspar Simões, presidente da Associação de Assistência e Beneficência Misericórdia de Alverca (AABMA), disse esta quarta-feira ao PÚBLICO que dos 39 utentes com resultados positivos para a covid-19 nos testes realizados no dia 16 de Abril, cerca de 30 continuam a não manifestar sintomas da doença. “A nossa expectativa é que façam novos testes nos próximos dias para aferir se já não estão infectados”, observou o responsável da instituição. Nesta altura permanecem no principal lar da instituição cerca de 40 idosos infectados – os testados no dia 16 e mais oito que inicialmente não revelaram a presença do novo coronavírus e foram colocados numa unidade hoteleira, mas que já no passado fim-de-semana tiveram resultado positivo no segundo teste que realizaram.

No segundo lar da AABMA estão mais 20 utentes não infectados e na unidade hoteleira permanecem mais 19 com resultado negativo. No dia 16 foram identificados 19 funcionários infectados, que estão em isolamento profiláctico, e no passado sábado foi detectado mais um caso entre os funcionários.

João Gaspar Simões acrescentou que cinco dos utentes falecidos estavam internados no Hospital de Vila Franca de Xira e que a sexta vítima mortal teve alta, mas acabou por falecer no dia seguinte, quando já se encontrava no lar. “Teve alta hospitalar, por não ter sintomas, mas faleceu no dia seguinte”, referiu o presidente da instituição alverquense, que salienta que o maior problema tem sido conseguir recursos humanos para substituir os 20 funcionários infectados e responder à dispersão da actividade actual da AABMA. Nesse campo, a instituição tem contado com o apoio da Segurança Social e da Cruz Vermelha. A situação na AABMA é a mais grave no concelho de Vila Franca de Xira que regista, até esta quarta-feira, 202 casos de infecção com covid-19 e nove vítimas mortais. Também hoje foram revelados resultados de cerca de 150 testes, promovidos pela Câmara, a funcionários e utentes de quatro unidades de apoio a idosos do norte do concelho que se revelaram todos negativos.

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