Rubem Fonseca: um mestre das pequenas tragédias quotidianas

Chega amanhã às livrarias online um romance de Rubem Fonseca: O Doente Molière. É um livro atípico na sua obra. Da sua cidade de sempre, o Rio de Janeiro, a acção desloca-se para a Paris do século XVII. No entanto, as suas virtudes literárias continuam identificáveis.

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Pedro Maia

Há cerca de duas décadas, a editora brasileira Companhia das Letras criou o projecto “Literatura ou Morte”, e desafiou vários autores a escreverem um pequeno romance, de características mais ou menos policiais, em que o personagem principal fosse um famoso escritor: Kafka, Hemingway, Borges, Sade, Stevenson, Rimbaud, e Molière. Este último foi o escolhido pelo escritor brasileiro Rubem Fonseca (1925-2020) — recentemente falecido. O Doente Molière é o título do romance que a Sextante — que há vários anos tem vindo a publicar as suas obras — agora edita, abrindo uma excepção nestes tempos de confinamento, e põe à venda (desde ontem) nas livrarias online. Não é o “romance típico” de Fonseca, mas tem muitas das características dos seus livros, que aqui aparecem deslocadas para um outro tempo e para um outro lugar: do sujo Rio de Janeiro dos dias de hoje a acção muda-se para Paris de há três séculos, também sujo — mas sobre a sujidade em Rubem Fonseca escreverei adiante.

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