Ginásio do Design: um cartaz por dia, nem sabes o bem que te fazia

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O exercício físico sempre foi um factor importante para manter uma vida saudável, libertar stress e permanecer mentalmente equilibrado. Nestes tempos de pandemia, essa recomendação é redobrada. Contudo, também é necessário exercitar o cérebro e as nossas capacidades. Foi a pensar nisso que Maria Ruivo e Raquel Pais, fundadoras do atelier À Capucha!, criaram o Ginásio do Design.

A ideia surgiu na segunda semana de isolamento, quando a rotina começou a fazer falta, bem como o entusiasmo no trabalho, conta Raquel Pais ao P3. “Era uma questão de conseguirmos manter um pouco de sanidade mental, tal como com o exercício físico, daí termos escolhido o nome Ginásio do Design. Envolve a obrigação de  fazer um exercício que tem consequências imediatas, como a produção de um cartaz, e que nos dá, ao mesmo tempo, o ritmo de trabalho e a rotina.”

As duas designers continuam a trabalhar e, por isso, limitaram o exercício diário a um cartaz a preto e branco, feito, no máximo, em 20 minutos. “Fazer um cartaz pode tornar-se um projecto muito longo e com muita dedicação se nós quisermos, mas a ideia não era essa”, explica. O objectivo era fazer um diário gráfico que não ocupasse muito tempo, mas que as estimulasse e que reflectisse “os tempos estranhos que estamos a viver”. Para Raquel, “é também um desafio de rapidez e de ritmo” porque, quando não existe rotina, há o risco de “prolongar tarefas”, já que não há horários.

O resultado é partilhado diariamente no Instagram. No entanto, fazer um cartaz todos os dias em tempo reduzido nem sempre corre bem. A designer admite que não gosta de certos cartazes que publicou, mas que isso faz parte do projecto. Dá uma componente muito “honesta” porque reflecte os dias das designers, sejam bons ou maus. A temática dos cartazes espelha um "campo comum" em que todos os que estão em isolamento se revêem, por isso o feedback tem sido positivo.