Carta aberta às instituições da União Europeia

Num contexto de pandemia, os hospitais privados – enquanto elemento indispensável do sistema, que suporta parte da responsabilidade inerente – devem ser reconhecidos como parceiros, com direitos iguais.

Prezada Senhora Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen
Prezada Senhora Comissária Europeia da Saúde, Stella Kyriakides
Prezado Senhor Presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli

Por toda a Europa, todos os hospitais, públicos e privados, uniram esforços para combater a crise do coronavírus, desenvolvendo novas soluções para lidar com o número imprevisível de pacientes que são afectados pela covid-19.

Representando 20% de todas as camas hospitalares na Europa, os hospitais privados (prestando serviços de cuidados intensivos, reabilitação e saúde mental) demonstraram o seu total envolvimento na resposta à saúde pública orientada pelos governos de cada Estado-membro. Duas palavras-chave devem ser enfatizadas: coordenação e cooperação, por vezes geridas com um certo atraso, mas sempre eficazes e relevantes, ao nível regional ou nacional.

Como presidente da União Europeia de Hospitalização Privada (UEHP), gostaria de recordar à Comissão Europeia, quer o envolvimento total do sector privado da saúde no combate a esta ameaça à saúde pública, quer a alocação dos mais diversos meios para o sucesso desta missão.

A UEHP acredita que a actual crise exige novas perspectivas para uma coordenação europeia da saúde e uma profunda renovação da cooperação científica e de gestão. A falta de iniciativa europeia expõe os sistemas nacionais a respostas inadequadas. Muitas vozes contraditórias impossibilitaram uma comunicação eficaz e soluções práticas. São vários e conhecidos os dilemas que enfrentamos: camas de UCI, ventiladores, EPI’s, escassez de medicamentos ou dispositivos...

Como já foi expresso pelos principais decisores políticos, o “dia seguinte” será outro dia. Solicitamos à Comissão Europeia que faça da Saúde uma prioridade e, como tal, defina regras básicas. Aprender com a crise significa entender que o desafio da pandemia só pode ser vencido se existir união de todas as forças do setor da saúde.

Num contexto de pandemia, portanto, os hospitais privados – enquanto elemento indispensável do sistema, que suporta parte da responsabilidade inerente – devem ser reconhecidos como parceiros, com direitos iguais.

A UEHP está pronta para apoiar novos objectivos estratégicos e propor iniciativas relevantes, orgulhosa do recente compromisso com a Comissão Europeia, de uma nova ambição comum.

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