Ímpar
Covid-19: O que as crianças mais sentem falta no confinamento — em desenhos
São pequenos, mas nem por isso estão a ser menos afectados pelo confinamento. E, mesmo que a maioria exiba rasgados sorrisos, crianças de diferentes latitudes e longitudes confessam-se tristes e preocupadas.
Uma menina de 9 anos, de Lent, Holanda, desenhou uma “mulher numa posição de ioga” porque acha que as pessoas precisam de relaxar. “Muitas pessoas estão muito stressadas a cuidar dos filhos... Sinto-me triste porque muita gente se sente triste”, desabafou Noalynne. A irmã Annelou, um ano mais velha, completou o seu pensamento: “É tão doloroso que muitas pessoas estejam a lutar pelas suas vidas nos hospitais para sobreviver à doença.”
Os fotógrafos da agência Reuters reuniram um conjunto de imagens sob o mesmo mote: desenhos feitos por crianças em confinamento que revelem o que estão a passar e do que sentem mais falta. E, pela amostra, arrisca-se concluir que os petizes têm as prioridades bem definidas: “Tenho saudades de brincar com os meus amigos”, “dos avós”, “da escola”, “de conhecer pessoas”.
Para além destas, as crianças estão também a retratar os desportos de que têm saudades. Caso de Olatunji, 11 anos, em Lagos, Nigéria, que desenhou uma bola de futebol; de Willem Vorbau, 14 anos, em Berlim, Alemanha, que sente falta de jogar voleibol; ou de Sergio Martinez, 15 anos, em Madrid, Espanha, que desenhou uma “sapatilha porque agora não a posso calçar”. “Tenho saudades de sair, de jogar com os meus amigos, de jogar basquetebol e de treinar com a minha equipa. É do que sinto mais falta neste momento”, relatou o madrileno.
O medo e a solidão estão em evidência no desenho de Sandithi Illeperuma, 14 anos, a residir na capital do Sri Lanka, Colombo. Na sua obra, uma rapariga senta-se sozinha, com uma máscara, enquanto um grupo de mulheres dança. “Antes do encerramento, eu desenhava coisas divertidas e criativas. Mas depois do lockdown... Comecei a desenhar as coisas de que mais sentia falta... Desenho as minhas emoções.”
Mas, em Pequim, na China, Li Congchen, 11 anos, tem a solução num dos seus desenhos que compõem uma história cheia de emoção e com final feliz: “[No futuro], os seres humanos derrotarão e diminuirão os vírus com armas de vacinação.”