Ferrari ameaça abandonar F1 em nome do ADN

Escuderia italiana manifestou-se contra uma redução drástica dos orçamentos das equipas.

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A Ferrari ameaça deixar a F1 Reuters/FLAVIO LO SCALZO

O chefe de equipa da Ferrari, Mattia Binotto, manifestou-se esta quinta-feira contra uma redução drástica dos orçamentos das equipas de Fórmula 1 como resposta à pandemia de covid-19, admitindo que a escuderia pode abandonar a modalidade se isso acontecer.

“O nível de 135 milhões de euros já é um requisito novo e exigente em comparação ao que foi estabelecido em Junho [160 milhões de euros como gasto anual máximo de 2021]. Isso não pode ser alcançado sem grandes sacrifícios, principalmente em termos de recursos humanos”, justificou, em entrevista ao The Guardian.

O responsável da Ferrari entende que se essa verba “descer ainda mais”, a escuderia não quer “estar na posição de considerar outras opções” para manter o seu “ADN de corrida”.

Após o cancelamento ou adiamento dos nove primeiros Grandes Prémios de 2020, estão em curso discussões para diminuir o tecto orçamental anual das equipas a partir de 2021, a fim de proteger as mais pequenas de perdas significativas de receitas comerciais.

Algumas das equipas do fundo do pelotão do Mundial de Fórmula 1 receberam, entretanto, adiantamentos por parte dos promotores do campeonato para poderem fazer face à crise.

O grupo Liberty Media, detentor dos direitos comerciais da Fórmula 1, adiantou o pagamento de alguns prémios “para manter o ecossistema e assegurar que as equipas mantêm a solvência”, anunciou o presidente da empresa, Greg Maffei.

“Adiantámos dinheiro a algumas equipas. Há casos em que talvez tenhamos de tomar mais algumas medidas para ajudar. Queremos garantir que as equipas mantêm a solvência, pois precisamos delas em 2020, 2021, 2022”, frisou o patrão da Liberty Media, sem especificar quais as equipas apoiadas.

O mesmo responsável lembrou que há equipas que dependem quase por inteiro dos lucros gerados pela competição. No entanto, corridas sem público são más para o negócio. “Andamos a ver as opções. Corridas sem espectadores geram menos lucros”, apontou.

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