Os Campeonatos da Europa de atletismo, agendados para o final de Agosto, em Paris, foram cancelados, com a organização a dizer que tudo tentou para evitar este desfecho, que a pandemia de covid-19 tornou inevitável.

Depois do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, o atletismo vê-se agora privado do segundo grande evento do ano, ficando com um calendário internacional praticamente esvaziado, já que tudo foi desprogramado até ao final de Junho.

A decisão foi tomada em reunião do comité executivo, após videoconferência com a Federação Francesa de Atletismo (FFA), os ministérios do Desporto e Interior e delegação interministerial para os grandes eventos.

“Tentámos tudo, mesmo”, explicou Jean Gracia, presidente do comité organizador, acrescentando: “Esperávamos que a situação pudesse melhorar rapidamente, mas infelizmente não é o caso. Pedimos à comissão médica da federação que avaliasse as medidas a tomar para podermos organizar o evento. Estudámos todas as possibilidades, incluindo diminuir o número de provas e reduzir para metade o total de espectadores”.

O presidente da FFA, André Giraud, disse que a avaliação de riscos apresentada pelos serviços do Estado foi decisiva para a anulação do Europeu, que representa um duro golpe no plano financeiro.

Mais de metade da lotação do estádio Charléty de Paris já estava vendida e a FFA esperava conseguir um equilíbrio entre as receitas e os gastos orçamentados de 17 milhões de euros.

Cerca de 1.400 atletas eram esperados nestes Europeus, incluindo uma delegação portuguesa encabeçada por Nelson Évora, o campeão em título de triplo salto.

O arranque da época internacional está, de momento, adiado para Julho. Oito das nove primeiras etapas da Liga Diamante - que devia ter começado a 17 de Abril, em Doha - foram adiadas e só Oslo mantém a prova, para 11 de Junho, mas com um programa profundamente reduzido e sem público nas bancadas.