Decisão relativa a projeto Portugália Plaza está quase tomada

A construção do edifício foi alvo de várias críticas desde Julho do ano passado, devido à altura da torre.

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Novo quarteirão da Portugália terá edifício com 49 metros em Arroios Rui Gaudencio

A decisão da Câmara de Lisboa relativamente ao projecto Portugália Plaza, que prevê a construção de um edifício de 49 metros e que foi alvo de diversas críticas, está quase a ser tomada, disse o vereador do Urbanismo.

“Houve uma discussão pública sobre o projecto e essa discussão pública gerou muitas intervenções da população e de movimentos, que fizeram várias críticas ao projecto. Nós tivemos de analisar todas essas críticas, sugestões e recomendações, além daquilo que é uma análise das regras urbanísticas e legais”, afirmou Ricardo Veludo (Cidadãos Por Lisboa, eleito pelo PS), em declarações à agência Lusa.

“É um projecto muito complexo, onde foram também suscitadas muitas questões na discussão pública e, por isso, também é complexa a sua análise. Envolve várias equipas da câmara, mas estamos muito perto do final”, garantiu o autarca.

De acordo com o vereador do Urbanismo, a câmara informará o proprietário assim que tenha uma decisão final e, posteriormente, terá de ser apreciada em reunião de câmara uma proposta de reprovação ou rejeição do projecto com base na decisão dos serviços autárquicos.

Em causa está o projecto de arquitectura de uma empreitada prevista para o quarteirão da Portugália, na freguesia de Arroios, que previa inicialmente a construção de um edifício de 60 metros, depois alterado para 49 metros.

Em Julho do ano passado, o então vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, considerou numa sessão de discussão sobre a requalificação do quarteirão da cervejaria Portugália, na Avenida Almirante Reis, que se trata de “um bom projecto”, mas que “ainda há mais correcções que têm de ser feitas”, além das relativas à altura de um edifício. O projecto, da autoria da empresa ARX Portugal Arquitectos, prevê novos edifícios e a reabilitação de dois preexistentes.

Segundo o projecto inicial, o futuro empreendimento contemplará cerca de 85 apartamentos “destinados a jovens profissionais e famílias de classe média”, 180 unidades de habitação de convivência, escritórios, espaços comerciais, 413 lugares de estacionamento para automóveis e 99 para motas. Os edifícios “conformam duas praças” ajardinadas abertas ao público e onde será possível atravessar a Avenida Almirante Reis e a Rua António Pedro.

No ano passado surgiram diversas críticas ao projecto, nomeadamente de autarcas, de arquitectos paisagísticos e de munícipes, tendo também sido criado o movimento “Stop Torre 60m Portugália”. As principais críticas prendem-se com a volumetria de um dos edifícios, que os moradores temem que provoque ensombramento e tenha um impacto negativo nas vistas, além do sistema de atribuição de créditos de construção.

Para os projectistas, a “torre” é uma forma de “intervenção perfeitamente válida”, que permite gerar espaço público. O projecto foi alvo de várias apresentações públicas e esteve em discussão pública até 18 de Junho do ano passado.

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