Novo Banco com 31 mil moratórias de crédito aprovadas

Os quatro maiores bancos já receberam cerca de 200 mil pedidos de moratórias, entre públicas e privadas.

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António Ramalho, presidente do Novo Banco, ouvido no Parlamento sobre financiamento à economia LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O Novo Banco já concedeu 31.155 moratórias de créditos, no valor de 4,5 mil milhões de euros, avançou esta terça-feira António Ramalho, no Parlamento, no âmbito de uma audição que pretendeu avaliar o que os cinco maiores bancos estão a fazer para apoiar empresas e particulares no âmbito da actual pandemia de covid-19.

De acordo com o presidente do banco, as moratórias concedidas, praticamente todas do Estado - o Novo Banco apenas disponibilizou as da Associação Portuguesa de Bancos, criadas muito recentemente) - representam 9,7% do crédito do banco.

Em 34% das moratórias, os clientes pedem apenas a suspensão dos pagamentos da componente de capital, uma das possibilidades, sendo que a outra opção inclui capital e juros. Isto é, deixar de pagar na íntegra as prestações dos créditos, durante seis meses (até 30 de Setembro).

Admitindo que não gosta da forma como os números estão a ser divulgados, o gestor salvaguardou que os 4,5 mil milhões de euros se referem ao montante total dos créditos abrangidos pelas moratórias, e não ao valor das prestações entretanto suspensas, que é muito menor.

Os números do Novo Banco vêm juntar-se aos cerca de 30 mil pedidos de moratórias de créditos, no montante de 2,4 mil milhões de euros, revelados esta quarta-feira pelo presidente da Caixa Geral de Depósitos.

Na terça-feira, o presidente do BCP revelou que os pedidos de moratória ascendiam a 80 mil, no valor total de 4,5 mil milhões de euros. E o do Banco Santander avançou com o número de 70 mil moratórias de créditos, no valor de 7,5 mil milhões de euros. Nesta contabilização dos cinco maiores bancos faltam os dados do BPI.

No total, o de crédito envolvido nas moratórias corresponde a mais de 18 mil milhões de euros, não tendo sido possível apurar o capital e juros que deixa de ser pago durante a suspensão de pagamentos, que no crédito à habitação e empresas é de seis meses e no crédito ao consumo de 12 meses. 

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