ENSE diz que combustíveis não vão faltar com paragem das refinarias

Paragem das refinarias da Galp é necessária para impedir “o colapso” da capacidade do país de armazenar gasóleo e gasolina, refere a entidade responsável pelas reservas estratégicas.

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A capacidade de armazenagem de combustíveis do país está quase esgotada Paulo Pimenta

Não vai haver falta de combustíveis nos postos de abastecimento em Portugal, mesmo com as refinarias da Galp paradas, assegurou esta terça-feira a Entidade Nacional para o Sector Energético (ENSE).

A entidade supervisora sublinhou que está a monitorizar os consumos de combustíveis em Portugal e que, perante o excesso de oferta de gasóleo e gasolina existente neste momento de pandemia, a suspensão temporária das refinarias de Sines e Matosinhos é decisiva para “evitar o colapso da capacidade de armazenagem do país”.

“Neste momento, preenchida a 90%”, essa capacidade “está praticamente esgotada”, sublinhou a ENSE, em comunicado.

A refinaria de Matosinhos está parada desde o início deste mês e a de Sines irá parar a 4 de Maio, durante um período expectável de um mês.

Notando que tem “um plano de contingência e acompanhamento da evolução dos consumos em Portugal ajustado a este particular contexto pandémico”, a entidade liderada por Filipe Meirinho diz que tem “protocolos com a empresa refinadora”, ou seja, a Galp, que garantem que a actividade de produção seja retomada, se a situação de procura se alterar.

Por outro lado, recorda que as reservas de combustíveis do país “estão em prontidão”, caso precisem de ser utilizadas no imediato. Estas reservas, calculadas com base no consumo do ano anterior, garantem o abastecimento de produtos derivados do petróleo pelo período de 90 dias.

Com as medidas de combate ao surto de covid-19, e a subsequente paralisação da circulação de pessoas e da actividade económica, o que há, neste momento, é um excesso de oferta de produtos refinados de petróleo, e a situação não se verifica apenas em Portugal. Isto, num contexto em que o preço do barril de petróleo afundou-se nos mercados internacionais, tendo chegado a valores negativos em Nova Iorque.

A ENSE refere que “o efeito de saturação” da capacidade de armazenagem é semelhante nos “restantes Estados da UE”. Essa situação também inviabiliza que se procurasse recorrer a “armazenagem fora do território nacional”.

A reguladora sublinha que os combustíveis não vão faltar nos postos (e “muitos menos nos postos REPA”, os postos da rede de emergência) e que o abastecimento está garantido em “todo o território nacional, sem excepção”.

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