Economia espanhola deverá cair entre 6,6% e 13,6%

Previsões do banco de Espanha apontam para consequências económicas “muito severas” da pandemia de covid-19.

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Pedro Sánchez é o líder do Governo espanhol LUSA/SPANISH GOVERNMENT HANDOUT

O Banco de Espanha alertou nesta segunda-feira que a economia do país pode estar à beira de uma recessão “sem precedentes na história recente”.

Num relatório divulgado nesta segunda-feira, o supervisor financeiro espanhol traça alguns cenários para a evolução da economia e estima que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) poderá oscilar entre os 6,6% e os 13,6%, consoante as medidas de restrição à actividade económica sejam levantadas mais cedo ou mais tarde.

A pandemia de covid-19 terá “consequências económicas muito severas”, superiores às da última crise financeira, afirma o relatório, citado pela imprensa espanhola. São más notícias também para Portugal, que tem no seu vizinho o mais importante parceiro de negócios.

Segundo o Banco de Espanha, no primeiro trimestre, quando o estado de alarme esteve activado apenas na segunda quinzena de Março, a economia espanhola recuou 4,7%.

De acordo com os cenários traçados para o resto ano, se o confinamento terminar em meados de Maio e a actividade económica for imediatamente retomada, o PIB deverá cair 6,6%.

Porém, se a normalidade não chegar até ao quarto trimestre, a contracção já será de 8,7%.

O cenário catastrófico será aquele em que o confinamento tem de ser estendido até meados de Junho (12 semanas) e a normalização em sectores como a restauração e a hotelaria não é retomada até ao final do ano.

No cenário menos negativo (o de queda do PIB próxima de 7%), a taxa de desemprego deverá atingir 18,3%, superando os 21% nos cenários mais pessimistas.

Quanto ao défice das contas públicas, o Banco de Espanha aponta para um intervalo entre os 7% e os 11%, enquanto a dívida pública poderá escalar para entre 110% e 120% do PIB.

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