O que é que explica a adesão dos portugueses ao confinamento social? “O medo, a infelicidade e o pessimismo”

Manuel Loff, historiador e professor na Universidade do Porto, aponta o medo, o pessimismo e a tristeza dos portugueses, a par da sua pobreza relativa, como factores explicativos para a disciplina no cumprimento do isolamento social. É preciso explicar-lhes que “é possível viver e trabalhar no espaço público sem estar em risco”, alerta.

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Daniel Rocha

“Numa sociedade pouco feliz, o medo avança”, diz o historiador Manuel Loff, historiador e professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e investigador no Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, explicando assim a pronta resposta dos portugueses ao “toque para recolher”. Demarcando-se do discurso “hegemónico” e “totalmente avassalador” quanto à eficácia do isolamento social, considera que, por causa do mesmo medo, os portugueses serão dos que mais resistirão ao regresso à vida normal. E porque nenhuma economia sobreviverá a ano e meio de paralisação, defende que é urgente explicar aos portugueses que “o espaço público não é uma bomba por explodir” e que “é possível viver e trabalhar no espaço público sem estar em risco”.

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