Covid-19: a busca frenética por equipamento protector no Reino Unido

Ministro da Saúde britânico disse que não tem “uma varinha mágica” para comprar fatos de protecção, sem os quais médicos e enfermeiros ameaçam parar de trabalhar.

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Foi sugerido aos médicos e enfermeiros bitânicos que reutilizassem fatos considerados de uso único PAUL CHILDS/Reuters

Um sindicato de profissionais de saúde britânicos avisou para a possibilidade de médicos e enfermeiros pararem de prestar cuidados durante a pandemia de covid-19 por não terem material de protecção suficiente. O executivo britânico dissera esperar uma encomenda da Turquia com 400 mil fatos de protecção, mas no domingo veio a informação de que esta foi adiada. Um pouco mais tarde, a aterragem de um avião vindo da China fretado por uma empresa privada com equipamento médico em Heathrow deu algum alívio.

O ministro da Saúde, Matt Hancock, admitiu na sexta-feira que não podia garantir que os hospitais iriam ter equipamento de protecção suficiente para os próximos dias. Invocando a falta de equipamento global, Hancok disse que “adorava ter uma varinha mágica” para que o equipamento aparecesse, mas como não era o caso, não podia dar garantias sobre se não haveria rupturas de stock.

No final da semana passada, foi pedido aos médicos e enfermeiras que tratassem doentes sem os fatos de protecção total se fosse necessário, sendo sugerido que usassem aventais de plástico como alternativa, ou que reutilizassem fatos considerados de uso único.

Segundo o diário britânico The Guardian, os hospitais do serviço de saúde britânico (NHS) usam cerca de 150 mil destes fatos por dia.

No sábado, a líder do sindicato de trabalhadores Unison, Sara Gorton, disse que “se acabarem os fatos, os funcionários em zonas de grande risco podem ter de decidir que já não é seguro continuarem a trabalhar”, cita o Independent.

Várias associações de médicos ou enfermeiros, como o Royal College of Surgeons, aconselharam os profissionais de saúde a não trabalharem sem o equipamento de protecção necessário, considerando ainda “perturbadoras” as alterações das directrizes para utilização do material.

Em declarações à BBC o presidente da associação de médicos BMA (British Medical Association), Chaand Nagpaul, disse que os profissionais de saúde “precisam desesperadamente de protecção adequada e eficaz”, acrescentando: “Esta é mesmo uma questão de vida ou morte”.

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