Laura Marling: a condição feminina, um retrato em aberto

Folk imaculada, criada com nada mais que o estritamente necessário para que a voz dê justa vida às narrativas.

Foto
A inglesa tem apenas 30 anos, mas aquilo que canta e a forma como o canta denunciam alguém mais vivido e mais experiente Justin Tyler Close

Semper Femina, o álbum anterior, carregava consigo a ambição (sonora, de produção) que denunciava o título resgatado ao grande poeta da Antiguidade Virgílio. Song for Our Daughter, editado três anos depois, pode ser encarado como o irmão despojado, extraído à vida de todos os dias, do seu antecessor. A inspiração surge desta vez de Maya Angelou e de Letter to my Daughter, ensaio que a poeta e activista norte-americana publicou em 2008, seis anos antes da sua morte. Tal como acontecia com Angelou, a filha de Marling a quem o disco é endereçado não existe — é uma presença simbólica que assume a forma de uma jovem mulher a despertar para o mundo e para a vida tal como ela é, a quem a cantora inglesa dedica dez narrativas em forma de canção.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar